CDL POA Talks detalha “Estudo Maturidade Digital do Varejo – Um raio-x da transformação digital nos negócios”

Na quinta-feira, 27 de outubro, a CDL POA e a Rede de Entidades Parceiras realizaram mais uma edição do CDL POA Talks em seu canal do YouTube. No encontro, a psicóloga e pesquisadora da Vitamina Pesquisa, Luciana de Moraes, apresentou o estudo, elaborado a pedido da CDL POA, sobre a ‘’Maturidade Digital do Varejo – Um raio-x da transformação digital no varejo”. E também deu dicas de como o pequeno varejista pode começar e continuar a sua inclusão no meio digital. 

A pesquisadora Luciana de Moraes iniciou sua apresentação relembrando como o comportamento digital vem sendo exaustivamente monitorado entre os consumidores, entretanto este estudo decidiu espelhar esta observação junto aos pequenos empresários, para apurar como eles estão se movimentando em relação à maturidade digital. Ela destacou, ainda, que o estudo partiu da premissa de que a transformação digital ocorre por meio de uma mudança de mentalidade, para obedecer à lógica digital além da venda, incluindo a gestão do negócio no processo. 

Os consumidores estão presentes nas redes sociais, não exatamente para realizarem compras, mas o ambiente inspira referências e entretenimento que conectam as pessoas. Grande parte da população consulta o Instagram e o Facebook diariamente. Por exemplo, os stories atuam como gatilho para compras de produtos ou serviços. Então, mesmo que a pessoa esteja em uma rede social por entretenimento, ela está também exposta a uma jornada de compras. Luciana destaca que o trajeto percorrido pelo cliente até a compra não é mais linear, e também a audiência das redes sociais não está segmentada por faixas etárias. ‘Hoje, os consumidores preferem marcas que possam conversar por mensagem’, aponta a pesquisadora.

A pesquisa ‘’Maturidade Digital do Varejo – Um raio-x da transformação digital no varejo” realizou um estudo qualitativo e quantitativo para mensurar o cenário. E chegou à conclusão de que o ritmo de transformação digital dos pequenos e médios empresários da Capital gaúcha ainda é muito discreto, pois 43,3% utilizam as redes sociais, mas não realizam venda online. Luciana destaca que a venda digital é uma realidade, especialmente após a pandemia, e que os consumidores valorizam outras formas de contato e compra. Outro sinal de alerta é que 19,2% vendem somente no físico. E 32,7% já entenderam que devem estar nos dois espaços, físico e digital andando juntos, pois não são concorrentes. A especialista ressalta, ainda, que não há limite para iniciar o processo de digitalização, e sempre vale a pena começar, ‘’ainda há tempo e mercado para isso’’, conclui.

O estudo detectou que alguns empresários justificaram o perfil do consumidor para a não inclusão digital de seus negócios. Luciana destaca que o consumidor final não pode ser o responsável pelo ritmo dos avanços dos negócios. “Muitas vezes, as empresas oferecem novas possibilidades que surpreendem os clientes”, explica a pesquisadora que recomenda aos empresários saírem da sua zona de conforto. Ainda, 48% demonstraram a dificuldade de colocar em prática a transformação digital, 45% apontaram a questão do investimento como empecilho e, 44% justificaram a dificuldade de se obter uma uma equipe capacitada. “A CDL POA tem um papel importante para auxiliar os varejistas nesses pontos, para vislumbrar os caminhos da transformação digital”, recomenda. 

Cases de empresas que passam pela transformação digital

Luciana apresentou dois cases de lojistas que participaram da pesquisa. O primeiro foi Ricardo Oliveira, diretor da Ferragem Thony. Para o empresário, o maior ponto de virada na implementação da transformação digital foi a gestão do canal de contato com os clientes, como rede social, blog, WhatsApp e influenciadores. Para ele, deve haver uma coerência e uma unidade na comunicação. “O consumidor está pesquisando muito mais, o preço, a agilidade de entrega e a disponibilidade de produtos se tornaram muito relevantes”, conta Ricardo. “Durante a pandemia, o atendimento humanizado para atender e buscar vendas foi muito importante, e hoje é um caminho irreversível”, complementa. Após a apresentação do empresário, Luciana complementou que, a fim de a gestão de canais funcionar, por trás deve haver um processo estruturado para a sustentação da interação digital. 

Por fim, a pesquisadora mencionou o case da Pet Shop da empresária Bibiana Fogaça, que não estava prosperando em seu negócio ao oferecer banho, tosa, produtos e brinquedos aos clientes. A concorrência dos grandes players nacionais estava inviabilizando seu negócio, pois não tinha fôlego para se equiparar nos preços. A solução da empresária foi aumentar seus serviços veterinários especializados e o ingresso no marketplace da Magalu, vendendo para todo o território nacional. Por meio de estratégias digitais, Bibiana entrega conteúdos relevantes sobre saúde animal e criou pacotes de serviços. Toda a transformação também ocasionou mudanças em seu ponto físico, que necessitou de mais espaço para armazenamento e redução da exposição de produtos no ponto físico. Segundo Luciana, a Pet Shop passou para o modelo de varejo como serviço, mostrando a vivência e experiência do segmento. 

Dicas para quem quer iniciar a transformação digital

Para quem quer começar a transformação digital do seu negócio, a pesquisadora recomenda, de início, uma autoanálise, para verificar em quais canais já está inserido. Avaliar a presença no Google Maps, e seu rankeamento nas buscas do Google. Ou seja, como o consumidor consegue se informar sobre o estabelecimento. A seguir, o empresário deve fornecer conteúdos inerentes à área de atuação e não somente preços e promoções. E monitorar estas interações, saber quais foram os posts que obtiveram mais visualizações e também utilizar os próprios mecanismos das redes sociais para perguntar e interagir com os consumidores. Uma forma simples de começar e mensurar a audiência. 

Na íntegra, o estudo pode ser baixado no link: https://bit.ly/cdlpoavarejodigital

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Data

27 outubro 2021

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