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Destaques Econômicos CDL POA

Relatório FOCUS: as últimas previsões para a economia brasileira

Projeções para o Brasil*
(Unidades: descritas na tabela)

Fonte: Banco Central do Brasil / Relatório FOCUS (07/02/2025). *Mediana. Elaboração: AE/CDL POA.

O PIB previsto para 2025 caiu de 2,06% para +2,03% nos últimos sete dias. Recentemente, diversos indicadores relativos a janeiro no confronto com o período imediatamente precedente das séries com ajuste sazonal arrefeceram. Nesse sentido, a confiança dos empresários calculada pela FGV diminuiu 1,8 ponto (pela terceira oportunidade consecutiva), recuando para a mínima em quase um ano. O decréscimo se soma ao comportamento do sentimento dos consumidores revelado ainda no mês anterior, cujo tombo de 5,1 pontos (o maior desde setembro de 2021) resultou no menor patamar desde fevereiro de 2023. Por fim, o PMI Composto – termômetro da atividade da indústria e dos serviços, exceto o varejo – registrou não só a 1ª baixa desde setembro de 2023 como a intensidade do declínio atingiu seu recorde desde abril de 2021. Acreditamos que as consequências do panorama marcado pela perda do poder de compra do real, juros elevados e incertezas com o quadro externo estão por trás do movimento. Contudo, o volume de bens do parque fabril em dezembro de 2024 apresentou queda de 0,3% contra novembro de acordo com o IBGE, porém veio melhor do que o consenso entre os especialistas sondados pela Reuters (-0,5%).

No que se refere ao IPCA, a mediana dos prognósticos de mercado para 2025 passou de +5,51% para +5,58%. A correção ocorreu em boa medida no dia 07 (sexta-feira), quando foi divulgado o IGP-DI, formado pela dinâmica dos respectivos vetores de preços: (1) 60% do atacado; (2) 30% das famílias; e (3) 10% da construção civil. No caso dos consumidores finais, a desaceleração do índice cheio (de +0,31% para +0,02%) decorreu em grande parte do barateamento da eletricidade residencial (-13,6%), em função da distribuição do Bônus de Itaipu. No entanto, o núcleo (que exclui componentes voláteis como alimentos e energia) avançou de +0,33% para +0,48%. Além disso, a difusão (percentual de itens pesquisados com crescimento de qualquer ordem) galgou de 64,2% para 74,8%, evidenciando a disseminação das altas.

Embora a Taxa SELIC esperada para o término de 2025 não tenha sofrido mudanças (15,00% ao ano), os valores entre as reuniões de número 4 (junho) e 7 (novembro) do COPOM em 2025 subiram, conforme o gráfico a seguir.

Taxa SELIC aguardada para cada encontro do COPOM em 2025
(Em % ao ano)

Fonte: Banco Central do Brasil / Relatório FOCUS (07/02/2025). *Mediana. Elaboração: AE/CDL POA.

Entendemos que as alterações guardam conexão com o tom mais duro quanto ao cenário para a inflação adotado pelo Comitê na ata em comparação com o comunicado da decisão que aumentou o balizador do custo do crédito em 1,00 ponto percentual (de 12,25% para 13,25% ao ano) em janeiro. Em primeiro lugar, o desaquecimento da economia – listado como um dos fatores que pode atuar na moderação do IPCA – é apenas “incipiente”. Em segundo, os diretores manifestaram preocupação a respeito da deterioração adicional das expectativas, que continuaram se afastando da meta de 3,0% em prazos curtos e longos.

Avaliação da PNAD e do Novo CAGED – dezembro de 2024

Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD):

→ A taxa de desocupação no Brasil passou de 6,1% no trimestre móvel encerrado em novembro de 2024 para 6,2% no trimestre com término em dezembro;

• Número veio acima da mediana das projeções obtida junto aos especialistas sondados pelo Broadcast+ (6,0%);

• Ainda assim, temos o segundo menor resultado de toda a série histórica, iniciada em 2012;

• Apesar da sazonalidade favorável, a população ocupada (formais e informais) encolheu em 85 mil pessoas, enquanto no mesmo período de 2023 o contingente registrou acréscimo de 477 mil;

• Por seu turno, a quantidade de desempregados nesse ínterim exibiu incremento de 53 mil pessoas, em oposição à queda de 120 mil no confronto com a janela correspondente de 2023;

Novo CAGED:

→ Em dezembro, a diferença entre recrutamentos e demissões com carteira assinada no Brasil totalizou -535,5 mil, abaixo, portanto, do consenso dos respondentes entrevistados pela Reuters (-402,5 mil);

• Tipicamente os valores são negativos em decorrência das seguintes características: (a) fim dos contratos temporários visando o atendimento da demanda inerente às festividades como Natal e Ano-Novo; (b) entressafra de determinadas culturas no âmbito da agropecuária;

• É a terceira vez consecutiva que o dado fica aquém do esperado;

No acumulado em 12 meses, o saldo atingiu 1,693 milhão. Por um lado, a estatística foi maior em relação a 2023 (1,454 milhão) por conta, entre distintas razões, do desempenho do PIB (de +3,2% para, provavelmente, +3,5%). Por outro, o somatório em 12 meses da criação líquida de postos desacelerou pela terceira oportunidade ininterrupta, após o pico recente em setembro (1,846 milhão).

Considerações: as informações corroboram com o cenário de desaquecimento do Brasil no quarto trimestre de 2024. Entendemos que a alta da inflação ao consumidor, a retomada / intensificação do ciclo de aumento da Taxa SELIC desde setembro e a piora das condições financeiras provocada tanto pela insatisfação com o pacote de redução dos gastos do Governo Federal quanto pela perspectiva envolvendo cortes parcimoniosos de juros nos Estados Unidos podem ter contribuído para o fenômeno.

Análise para o Rio Grande do Sul:

No RS houve a destruição de 28.384 vínculos em dezembro de 2024 contra -29.613 no respectivo intervalo de 2023. Já no acumulado de 2024, as 63.551 vagas superaram, e muito, o patamar constatado em 2023 (46.574), a despeito da tragédia causada pelas enchentes. No entanto, vale notar que o PIB gaúcho deverá ultrapassar 4,0% em 2024, ou seja, significativamente mais do que em 2023 (+1,9%). A base de comparação deprimida em virtude das secas em 2022 e 2023, o fato de que boa parte da safra de grãos fora colhida antes dos alagamentos de maio, o forte ritmo de crescimento da economia brasileira e o conjunto de recursos dos poderes públicos alocados para o enfrentamento da crise climática ajudam a explicar a referida dinâmica.

Saldo do CAGED – por CNAE 2.0 – Rio Grande do Sul
(em unidades)

Fonte: Ministério do Trabalho e Previdência. *Em dezembro de 2023 o saldo foi de -29,614 porque uma movimentação não teve o setor identificado. Elaboração: AE/CDL POA.

Data

11 fevereiro 2025

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