O Escritório Nacional de Estatísticas divulgou o levantamento do Produto Interno Bruto chinês referente ao quarto trimestre do ano passado. Ao avançar +4,0% ante os três últimos meses de 2020, o nível de atividade registrou aumento de +8,1% em 2021 – o melhor resultado em uma década.
O que ajuda a explicar o fenômeno?
Um dos principais fatores que contribuiu para o movimento foi a pequena base de comparação. Em 2020, o país sofreu o auge dos impactos relacionados à pandemia. Embora tenha sido uma das poucas nações no mundo que apresentou variação positiva no período (+2,3%), essa foi a menor taxa da série histórica em 44 anos.
O que motivou a desaceleração entre outubro e dezembro de 2021?
– Efeitos da Ômicron;
– Turbulências no ramo imobiliário;
– Crise energética;
– Incertezas no campo regulatório.
O que esperar para o futuro?
Ainda não houve o anúncio oficial a respeito da meta do governo para a expansão do PIB em 2022, algo que acontecerá somente em março. De acordo com os analistas, a expectativa é de que o objetivo esteja localizado entre 5,5% e 6,0%, ou seja, aquém da diretriz estabelecida para 2021 (6,0% ou mais).
Diante da moderação no processo de geração de renda, o Partido Comunista vem promovendo uma recalibragem das suas políticas econômicas para fortalecer a retomada. Por enquanto, o impulso ocorreu no âmbito monetário – queda dos juros em diversas modalidades e liberação adicional de recursos para empréstimos por parte das instituições financeiras, por exemplo. Todavia, julgamos que os estímulos também serão levados a cabo pelo lado fiscal.
Quais as implicações do panorama?
Entendemos que as medidas supracitadas devem manter a demanda aquecida por bens provenientes dos emergentes, como o Brasil. No tocante aos cenários prospectivos para 2022, temos insistido que o setor externo é uma válvula de suma importância para evitar que o nosso crescimento seja inferior ao imaginado até o momento (+0,29%, conforme o Relatório FOCUS, do Banco Central).
*Conteúdo exclusivo – Oscar Frank, economista-chefe da CDL POA
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Veja também:
- As perspectivas do Banco Mundial para a economia
- Os dilemas enfrentados pela China
- Cenários para a economia em 2022