Conforme o último exame do PISA, realizado em 2022 pela OCDE, o Brasil novamente teve um péssimo resultado no que tange ao comparativo internacional de desempenho dos estudantes com 15 anos. As carências existem tanto na parte de leitura e de ciências como, principalmente, em matemática, onde figuramos apenas na 65ª colocação entre 81 nações.
A mudança de patamar requer planejamento e firmeza de propósito. Nesse sentido, o ponto de partida envolve avaliações constantes em fases distintas dos anos letivos, com o intuito de identificar quais são os conteúdos que precisam, por exemplo, de um trabalho diferenciado para fixação.
A etapa seguinte consiste no uso de ferramentas tecnológicas. Por um lado, algumas soluções permitem monitorar a situação de cada instituição (e até de cada discente) com base em métricas previamente definidas. Por outro, temos alternativas que atuam para auxiliar no reforço do conhecimento, com abordagens úteis em função do caráter didático.
Por fim, é necessário desenhar mecanismos de incentivos. Uma possibilidade é a de elevar a distribuição de fatias de impostos para os gestores públicos que atingem determinados objetivos. A mesma lógica de meritocracia é capaz de ser aplicada nas escolas, com a criação de premiações para diretores que alcancem metas.
É sempre importante notar que há uma discrepância muito relevante entre os recursos alocados por aluno do 1º ao 5º ano do ensino fundamental e do ensino superior no Brasil em 2021: US$ 3.668 e US$ 13.569, respectivamente, de acordo com a OCDE. Logo, a cada dólar desembolsado junto ao primeiro, são US$ 3,7 no segundo. Por sua vez, a média da referida organização que contempla países ricos é bem mais homogênea: US$ 11.914 e US$ 17.138, ou seja, a razão é de US$ 1,44. James Heckman, vencedor do Nobel de Economia, mostrou que a taxa de retorno dos investimentos é maior justamente nos estágios iniciais do processo de aprendizagem.
Portanto, é indispensável pensar com urgência em meios para melhorar a educação. A ação é crucial para alavancar a produtividade em um ambiente caracterizado por grandes transformações demográficas – a população tende não só a reduzir seu crescimento como passar a cair em pouco tempo. Sem os devidos avanços, corremos o risco de não gerarmos expansão sustentada do nível de atividade, aumentando a lacuna para nossos competidores.