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Destaques Econômicos CDL POA

Relatório FOCUS: as últimas previsões para a economia brasileira

Previsões para o Brasil*
(Unidades: descritas na tabela)
Fonte: Banco Central do Brasil / Relatório FOCUS (28/10/2022) *Mediana. | Elaboração: AE/CDL POA.

As projeções para PIB, IPCA, Taxa SELIC, taxa de câmbio e resultado primário do Setor Público em 2022 e 2023 praticamente não sofreram alterações ao longo dos últimos sete dias. Apenas o IGP-M computado para o presente ano apresentou recuo expressivo: de +7,01% para +6,42%. A queda ocorreu em linha com a divulgação do dado oficial de outubro pela FGV, de modo que a intensidade da deflação (-0,97%) superou a mediana das expectativas do Relatório FOCUS (-0,74%) e o consenso dos especialistas sondados pela Reuters (-0,80%).

Julgamos que a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições presidenciais deve trazer volatilidade aos mercados enquanto questões importantes relativas à formação de sua equipe não são decididas. A partir da escolha dos nomes, será possível construir cenários a respeito do futuro. Entendemos que a fonte capital de tensionamento envolve a adoção de maior intervencionismo estatal, defendida por parcela relevante da base petista, e uma visão mais pragmática da condução da política econômica, alimentada por membros posicionados ao centro da aliança.

Comentários acerca do panorama – COPOM

Conjuntura internacional: por um lado, os prognósticos relacionados ao crescimento global continuam sendo revisados de forma negativa. Por outro, a perda do poder de compra das moedas tem exigido respostas das autoridades monetárias, com destaque para os países desenvolvidos, em termos de aumentos dos juros.

Quadro doméstico: conjunto amplo de termômetros acusou expansão do nível de atividade, porém em ritmo moderado em comparação com o primeiro semestre. Por sua vez, os preços, apesar das medidas de corte de impostos e do arrefecimento das commodities, seguem elevados para o consumidor.

De acordo com as simulações realizadas pelo BC, haverá convergência lenta para as respectivas metas para o IPCA, embora seja necessário mencionar a incerteza no tocante às estimativas.

A estratégia de momento abarca a manutenção da Taxa SELIC no patamar de 13,75% ao ano. No entanto, o COPOM não fechou as portas para majorações suplementares em caso de deterioração das perspectivas.

COPOM mantém a Taxa SELIC em 13,75% ao ano

Observação: relatório escrito antes da decisão.

Quais as razões que justificam nossa aposta?

Comportamento das expectativas de inflação: conforme os prognósticos de mercado do Relatório FOCUS, do Banco Central, houve queda do IPCA antevisto para 2023 desde a última reunião do COPOM em setembro (de 5,01% para 4,94%), enquanto a projeção para 2024 permaneceu constante em 3,50%. Ambos os números estão acima das metas de 3,25% e 3,00%, respectivamente. Ademais, de acordo com a XP, o hiato do produto passou de -0,7% em setembro para -0,5% em outubro, o que denota recuo da ociosidade da economia. Portanto, o cenário prescreve desaquecimento do nível de atividade: hoje a taxa de juros real encontra-se em 8,2% ao ano, ou seja, bem superior ao patamar estimado que equilibra oferta e procura (4,0% ao ano, segundo o BC).

Conjuntura e perspectivas incertas: a normalização das cadeias globais de insumos e suprimentos segue em curso, gerando diminuição do custo internacional do frete marítimo e melhora da logística. Todavia, surtos de COVID-19 na China suscitaram novas restrições à mobilidade da população em determinadas localidades, o que pode atrasar o processo. Por sua vez, os preços no exterior continuam pressionados. A previsão é de desaceleração do PIB mundial em 2023, na medida em que bancos centrais dos principais países sobem os juros para conter a perda do poder de compra de suas moedas.

Já no âmbito doméstico, o lado fiscal apresenta relevância crucial, diante da possibilidade de criação de gastos para atender as demandas recentes por recursos. Alguns exemplos são: a potencialização das transferências sociais e a redução da tributação em bens e serviços considerados essenciais para além de 31 de dezembro. Se tivermos piora na percepção de risco por parte dos investidores, a desvalorização resultante da taxa de câmbio causará o encarecimento dos importados.

Proximidade do período eleitoral: o Comitê tem, por hábito, não realizar mudanças nos meses que antecedem a corrida presidencial, com o intuito de evitar que a Taxa SELIC seja utilizada para beneficiar ou até mesmo prejudicar o atual mandatário no curto prazo.

Avaliação do Novo CAGED – setembro de 2022

PONDERAÇÕES PARA O BRASIL:

→ As admissões excederam os desligamentos em 278,1 mil em setembro;

        • Valor superior ao consenso dos especialistas sondados pela Refinitiv (+260 mil);

        • Todas as 27 Unidades da Federação e as grandes categorias apresentaram números positivos;

        • Estatística desacelerou em relação a igual período de 2021 (+330,1 mil);
                    ♦ Entendemos que parte do fenômeno se deve ao aumento da base de comparação, em virtude da geração de 2,42 milhões de vagas em 12 meses.
                    ♦ Ainda tínhamos, à época, 2,07 milhões de vínculos com estabilidade provisória em função do Benefício Emergencial (BEm), o que constituía um freio para as demissões;
                    ♦ Esses mesmos fatores se aplicam ao nosso estado;

Análise para o Rio Grande do Sul:

→ Total de 10.254 em setembro;

No setor terciário, tivemos um ponto fora da curva no que se refere ao desempenho do segmento de “fornecimento e gestão de recursos humanos para terceiros”. Os 920 postos causaram incremento de 21,3% do estoque de mão de obra do ramo apenas na passagem de agosto para setembro. Por sua vez, o aquecimento dos serviços segue colaborando com a “alimentação” (+1.408). Além disso, nichos como “saúde humana e serviços sociais” (+606) e “educação” (+547) foram alguns dos últimos impulsionados com a normalização do quadro sanitário e da volta das atividades presenciais.

No âmbito do comércio varejista, destaca-se o resultado no acumulado do ano entre janeiro e setembro: de +11.113 em 2021 para +1.633 em 2022. Ressaltamos não só a queda da massa salarial real no território gaúcho no primeiro semestre (-1,0%), conforme a PNAD, do IBGE, como também o impacto que os juros altos exerce nos recortes mais dependentes do comportamento do crédito.

Saldo do CAGED – por CNAE 2.0 – Rio Grande do Sul
(em unidades)
Fonte: Ministério do Trabalho e Previdência. | Elaboração: AE/CDL POA.

Data

31 outubro 2022

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