Varejo no RS fecha 1º trimestre com expansão de 3,9% em vendas

Em março o Varejo gaúcho cresceu 1,25% no volume de vendas na comparação com fevereiro, já descontados os efeitos sazonais, conforme dados do IBGE. Para o RS, os dados apontam também que:

  • No acumulado dos últimos 12 meses, o crescimento foi de 6,92% (gráfico abaixo);
  • Na comparação com março/12 o crescimento foi de 5,94%;
  • Em valores, isso representou R$ 7,9 bilhões (sem descontar a inflação);
  • No 1º trimestre de 2013 o Varejo fechou com 3,90% de crescimento;
  • Já no Varejo Ampliado (inclui Veículos e peças, e Material de Construção) o crescimento foi 8,51% acumulado em 12 meses, e 5,92% no 1º trimestre;

Para o Brasil, no entanto, o comportamento foi distinto:

  • O volume de vendas ficou relativamente estável: leve variação de -0,12%;
  • Isso representou R$ 54,9 bilhões (sem descontar a inflação);
  • No acumulado em 12 meses o crescimento foi de 6,78%, e no acumulado do 1º trimestre foi 3,45%.

(em var. %acumulada em 12 meses)

Fonte: IBGE. Elaboração: AE/CDL POA.

Lembramos que em função da mudança na metodologia na pesquisa as comparações entre 2012 e anos anteriores poderiam estar superestimadas, o que não deve ocorrer para as comparações com esse ano. Como exemplo, citamos o setor de Comércio de alimentos, bebidas e fumo, que incluem Hipermercados e supermercados. Conforme o IBGE esse segmento cresceu 14% em volume de vendas apenas no estado, em 2012. Entretanto, comparando com dados da Associação Gaúcha de Supermercados (AGAS), o crescimento das vendas em 2012 foi de 6,6% – um desempenho bastante inferior ao divulgado pelo IBGE.

Conforme o IBGE, o Volume de Vendas é o faturamento real, ou seja, já descontado os efeitos da inflação. A Receita Nominal mede o faturamento nominal, sem descontar os efeitos da inflação. A pesquisa do IBGE verifica apenas empresas cujas lojas tenham, no mínimo, 20 funcionários. Ainda que a empresa como um todo possua mais de 20 funcionários, uma loja só fará parte da pesquisa se tiver tal número de empregados naquela unidade.

Considerações da Assessoria Econômica

Em que pese o menor crescimento na comparação com os últimos meses, destacamos que:

  • Os dados confirmam o 1º trimestre em expansão do Varejo gaúcho e brasileiro, quando consideramos empresas com pelo menos 20 funcionários em loja;
  • Em termos de faturamento nominal o Varejo no RS já somou aproximadamente R$ 21,6 bilhões em 2013 (sem descontar a inflação);
  • Quatro fatores contribuíram para esse desempenho: maior capacidade de compra das famílias pelo crescimento da renda acima da inflação, maior estabilidade do emprego em função do mercado de trabalho aquecido, e crédito à pessoa física em expansão – ainda que moderada, e no caso do RS a melhor projeção de safra agrícola;
  • Para os próximos meses, no entanto, esperamos uma moderação na taxa de crescimento acumulada, devendo acelerar no último trimestre.

Entre os fatores que podem prejudicar o desempenho do Varejo chamamos a atenção para a alta taxa de inflação, que exige aumentos de salários maiores para manter o poder de compra das famílias crescendo. Como o custo de mão-de-obra já é considerável dentro das empresas de Serviços, no qual se inclui o Varejo, há cada vez menos espaço para aumentos reais na renda das famílias.

Por outro lado, o aumento da taxa SELIC pelo Banco Central impacta a inadimplência 5-7 meses depois, o que significa um leve aumento desse indicador por volta do 3º-4º trimestre. Não esperamos, no entanto, uma disparada da inadimplência pois (a) o aumento dos juros não deve ser brusco e expressivo, muito embora fosse assim necessário para conter a inflação, e (b) a forçada redução dos juros por parte dos bancos públicos obrigou os demais bancos a eliminar de suas carteiras de empréstimo pessoas de risco mais elevado, o que contribuiu para reduzir a inadimplência.(em var. % real mês sobre igual mês ano anterior)

Fonte: IBGE. Elaboração: AE/CDL POA.

(em var. % real trimestre sobre igual trimestre ano anterior)

Fonte: IBGE.  Elaboração: AE/CDL POA

Assessoria Econômica
Gabriel P. Torres – Economista
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Data

15 maio 2013

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