Segundo os dados divulgados pelo IBGE, o Varejo Restrito no estado fechou outubro relativamente estável na comparação com setembro, já descontados os efeitos sazonais.
Os dados divulgados pelo IBGE apontam:
- queda de 0,1% em relação a setembro/2013, um mês onde o Varejo havia crescido 1,9% na mesma base de comparação;
- na comparação com outubro/12, houve aumento de 2,13%;
- o crescimento acumulado em 2013 manteve-se próximo a 3,5% em relação a 2012;
- em 12 meses o crescimento acumulado se reduziu novamente: de 4,6% em setembro/13 para 4% em outubro;
- no Varejo Ampliado, que inclui Veículos e Material de Construção, o crescimento foi de 5,2% em relação a setembro/2012, puxado por ambos setores adicionais;
- entre os segmentos com melhor desempenho na comparação com setembro/12 estão Material de construção (17,4%), Artigos de uso pessoal e doméstico (10,2%) e Combustíveis (8,4%).
Por fim, o Varejo restrito no Brasil teve desempenho similar ao gaúcho, com crescimento de 0,2% na comparação com setembro, totalizando aproximadamente R$ 60,8 bilhões em faturamento nominal.(em var. % real mês sobre igual mês ano anterior)
Fonte: IBGE. Elaboração: AE/CDL POA.
(em var. % acumulada em 12 meses)
Fonte: IBGE. Elaboração: AE/CDL POA
Considerações da Assessoria Econômica
Em primeiro lugar, o diferença nas comparações com setembro/13 (relativa estabilidade) e com outubro/12 (crescimento de 2,13%), reforçam a tendência de desaceleração do ritmo de crescimento do Varejo. Ou seja, conforme temos destacado, o Varejo está crescendo, porém a um ritmo menor que nos anos anteriores. Além disso, cabe lembrar que no mês passado o Varejo havia crescido 1,9%, o que é uma base de comparação bastante forte em termos mensais.
A tendência de expansão moderada que estamos verificando em 2013 é resultado de alguns fatores econômicos agindo em sentidos opostos, sendo do lado positivo:
- melhora nas expectativas dos consumidores, ainda que se mantenham no campo pessimista;
- crescimento moderado na renda das famílias em função do mercado de trabalho aquecido;
E, do lado negativo:
- expansão mais moderada do crédito, na comparação com o período 2010-2012;
- aumento na taxa de juros;
- inflação ainda perto de 6%.
Nesse cenário, com acumulado em 12 meses se reduzindo para abaixo de 5% (4% em outubro), os resultados do final de ano podem surpreender com crescimento abaixo da tendência de 5,5% que vinha se desenhando desde janeiro.
Notas sobre a pesquisa do IBGE
Lembramos que em função da mudança na metodologia na pesquisa as comparações entre 2012 e anos anteriores poderiam estar superestimadas, o que não deve ocorrer para as comparações com esse ano. Como exemplo, citamos o setor de Comércio de alimentos, bebidas e fumo, que incluem Hipermercados e supermercados. Conforme o IBGE esse segmento cresceu 14% em volume de vendas apenas no estado, em 2012. Entretanto, comparando com dados da Associação Gaúcha de Supermercados (AGAS), o crescimento das vendas em 2012 foi de 6,6% – um desempenho bastante inferior ao divulgado pelo IBGE.
Ainda conforme o IBGE, o Volume de Vendas é o faturamento real, ou seja, já descontado os efeitos da inflação. A Receita Nominal mede o faturamento nominal, sem descontar os efeitos da inflação. A pesquisa do IBGE verifica apenas empresas com, no mínimo, 20 funcionários.