Apesar do crescimento em relação a junho do ano passado, o Varejo gaúcho manteve-se estável na comparação com abril, atingindo faturamento próximo a R$ 7,5 bilhões no estado.
Os dados divulgados pelo IBGE apontam:
- + 1,2% no volume de vendas, em relação a junho/2012,;
- -0,02%, relativa estabilidade com em relação a maio/2013,
- em 2013 acumula crescimento de 3,33% em relação a 2012, menor que os 3,78% acumulados até maio/13;
- em 12 meses crescimento acumulado de 5,61%.
Para o Varejo Ampliado, que inclui Veículos e Material de Construção, o desempenho foi menor, com crescimento de 0,12% em relação a junho/2012.
Por fim, o Varejo restrito no Brasil teve desempenho melhor que o gaúcho, com crescimento de 1,7% em relação a junho/12, totalizando aproximadamente R$ 55,3 bilhões em receita nominal de revenda.(em var. % real mês sobre igual mês ano anterior)
Fonte: IBGE. Elaboração: AE/CDL POA.
(em var. % real sobre igual período ano anterior)
Fonte: IBGE. Elaboração: AE/CDL POA
Considerações da Assessoria Econômica
Apesar do crescimento na comparação com o junho do ano passado, o volume de vendas parece ter sido afetado pelas manifestações iniciadas em junho por todo o país. Reforçam essa hipótese:
- a forte desaceleração de junho com relação ao ritmo de crescimento nos meses anteriores (média de 3,21% ao mês entre janeiro e maio);
- a abrangência da desaceleração, verificada nos estados onde ocorreram as principais manifestações, conforme o gráfico abaixo.
Outro ponto importante é que houve mudança no comportamento de outros fatores:
- queda nas expectativas dos consumidores;
- capacidade de endividamento das famílias limitada pelo grande volume de empréstimos já realizado;
- aumento da taxa de juros;
- inflação perto de 6,5%, o que retira poder de compra das famílias, especialmente em Alimentação, onde acumulou 12,8% em 12 meses em junho.
Sendo assim, conforme as Notas Econômicas nº 15 e 27 (15/maio e 11/julho) salientamos que é esperada uma moderação da taxa de crescimento do Varejo durante os próximos meses.
Isso se verifica na desaceleração do ritmo de crescimento, conforme o gráfico abaixo.
Ou seja, o Varejo está em expansão, porém em ritmo mais moderado que no mesmo período de 2011 e 2012.
Notas sobre a pesquisa do IBGE
Lembramos que em função da mudança na metodologia na pesquisa as comparações entre 2012 e anos anteriores poderiam estar superestimadas, o que não deve ocorrer para as comparações com esse ano. Como exemplo, citamos o setor de Comércio de alimentos, bebidas e fumo, que incluem Hipermercados e supermercados. Conforme o IBGE esse segmento cresceu 14% em volume de vendas apenas no estado, em 2012. Entretanto, comparando com dados da Associação Gaúcha de Supermercados (AGAS), o crescimento das vendas em 2012 foi de 6,6% – um desempenho bastante inferior ao divulgado pelo IBGE.
Ainda conforme o IBGE, o Volume de Vendas é o faturamento real, ou seja, já descontado os efeitos da inflação. A Receita Nominal mede o faturamento nominal, sem descontar os efeitos da inflação. A pesquisa do IBGE verifica apenas empresas com, no mínimo, 20 funcionários.(em var. % real)
Fonte: IBGE. Elaboração: AE/CDL POA.
(em var. %acumulada em 12 meses)
Fonte: IBGE. Elaboração: AE/CDL POA