Política monetária no Brasil e o setor externo

Política monetária no Brasil e o setor externo

16

JANEIRO, 2017

Economia

Por Victor Sant’Ana*

Na última semana, o COPOM (Comitê de Política Monetária) decidiu baixar a taxa básica de juros da economia brasileira (a Selic) para 13% ao ano. A demora da recuperação da economia brasileira frente à crise, o efeito limitado da variação da taxa de juros americana sobre o país e a queda recente da inflação brasileira foram apontados como motivos pelo COPOM dessa decisão ter sido tomada.

Da mesma maneira que existe um comitê no Brasil que decide o quanto vai ser a taxa Selic no país, há um nos EUA que faz a mesma decisão para a taxa básica de juros americana. Quando a taxa americana sobe, investidores de outros países tendem a mover seu capital de modo a investir seu dinheiro em solo americano. Para atrair investidores internacionais, o Brasil deve levar em consideração a atratividade americana, já que disputamos os mesmos investidores com os EUA. Esses investidores não olham apenas para a taxa de juros, mas também para o câmbio, já que para investir em um país, o investimento costuma ser feito em moeda local. Por isso, quanto mais capital estrangeiro entra como investimento no Brasil, mais forte fica a nossa moeda com relação ao dólar, o que por sua vez interfere na nossa taxa de câmbio.

Em decorrência da eleição de Donald Trump nos EUA, a autoridade monetária americana decidiu aumentar a taxa básica de juros de lá no final do ano passado e anunciou que outros aumentos devem acontecer até 2019. Com isso, seria natural um aumento da atratividade americana frente à brasileira no mercado internacional. Porém, segundo o COPOM, essa interferência externa foi limitada até agora. Isso não significa que não sofreremos os efeitos do aumento da taxa dos EUA, mas a expectativa atual é a de que esse efeito não seja tão forte quanto esperado anteriormente.

Um dos motivos declarados para que a taxa de juros americana fosse aumentada, foi o aumento da expectativa de inflação para os próximos anos, já que lá, assim como no Brasil, a taxa de juros é utilizada como política monetária com o objetivo de controle da inflação. Como os índices de inflação do nosso país têm apresentado uma tendência clara de se manterem controlados nos próximos anos, há espaço para uma queda da Selic, que é exatamente o que o COPOM vem fazendo.

*Victor Sant’Ana é economista da CDL Porto Alegre e possui Graduação em Ciências Econômicas e Mestrado em Economia Aplicada pela UFRGS.

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Data

16 janeiro 2017

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