O Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central divulgou nessa quinta-feira a ata da última reunião, que definiu a manutenção da taxa SELIC em 7,25% ao ano.
Na ata o comitê sinalizou a possibilidade de iniciar um novo ciclo de aumento de juros se suas projeções futuras apontarem nessa direção. Nesse sentido, destaca-se o seguinte trecho da ata: “[…] Nesse contexto , o Copom irá acompanhar a evolução do cenário macroeconômico até sua próxima reunião, para então definir os próximos passos na sua estratégia de política monetária […]”.
O comitê entende, conforme suas projeções – e em linha com nossa análise no Boletim Econômico, nº 1- que o cenário mais provável para 2013 é de atividade econômica intensa no Brasil, o que pode provocar pressão sobre a inflação se houver concessão de reajustes de salário acima da produtividade. Entretanto, o Banco Central considera que os efeitos da atividade econômica podem ser atenuados pela incerteza e fraca atividade com relação ao cenário internacional.
Em que pese a parcimônia e atenção ao cenário internacional do BACEN para definir os próximos passos, salientamos que as expectativas do mercado sobre o IPCA se deterioraram ainda mais com relação ao mês passado. Os dados divulgados pelo IBGE apontam que o índice em fevereiro apresentou variação de 0,6%, elevando a inflação acumulada em 12 meses para 6,31%, contra 6,15% em janeiro passado – ou seja, perto da banda superior da meta (6,5%). Nesse sentido, as projeções do mercado para a taxa SELIC ao final do ano aumentaram para 8%, segundo o Relatório Focus.
Tal situação exige atenção redobrada, uma vez que a “margem” permitida pelo Sistema de Metas se torna menor e, portanto, a ocorrência de choques inesperados sobre os preços – sejam de origem interna ou externa – podem comprometer não só a inflação de hoje como também para o ano seguinte(em % a.a. – final de período)
Fonte: Banco Central do Brasil. Elaboração: AE/CDL POA.
(em var. % acumulada em 12 meses)
Fonte: IBGE; Banco Central do Brasil. Elaboração: AE/CDL POA