Segundo dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a confiança do Consumidor brasileiro variou -2% entre fevereiro e março, já desconsiderando os efeitos sazonais. Na comparação com março/2012 o índice apresentou queda ainda mais acentuada, variando -7%.
O Índice de Confiança do Consumidor mede de forma qualitativa o sentimento do consumidor sobre a sua situação atual e suas expectativas para os próximos meses. Segundo os últimos dados, a queda no índice de confiança foi ocasionada tanto pela piora nas Expectativas (-1,5%) quanto na Situação atual (-12,5%) do consumidor, na comparação com março/2012. Conforme o Boletim Econômico nº 1, a piora nas Expectativas é a novidade nos dados atuais, já que muito embora a tendência de queda venha se confirmando desde setembro/2012, até fevereiro/2013 ela ainda variava positivamente (linha verde do gráfico).
Não obstante a tendência de queda da confiança do consumidor, o índice ainda se encontra acima de sua média histórica (113,9 em março/2013 contra média de 112,5 entre 2005-2013), o que significa que muito embora o consumidor entenda que sua situação está menos satisfatória que há alguns meses, ela ainda assim é melhor que no passado recente.(em var. % sobre igual mês do ano anterior)
Fonte: IBRE/FGV. Elaboração: AE/CDL POA.
(em var. % sobre igual mês do ano anterior)
Fonte: IBRE/FGV. Elaboração: AE/CDL POA
As decisões de consumo das famílias dependem sempre de dois fatores principais: (a) sua renda e (b) disposição a consumir. No Brasil, alguns trabalhos apontam que o percentual de famílias que tomam suas decisões de consumo baseadas apenas na renda que possuem em cada mês, descontados os impostos (renda disponível), é cerca de 90%. Os 10% restantes decidem o quanto consumir e investir considerando não só a renda disponível hoje, mas também suas projeções de renda para o futuro.
Nesse caso, para o primeiro grupo, o sentimento sobre a sua situação atual é muito importante nas decisões de como gastar seu orçamento. Assim, se tal grupo de consumidores entende que as parcelas de empréstimos se tornam muito pesadas em seus orçamentos – ou pela variação nas taxas de juros, ou pelo aumento dos preços de bens essenciais (como alimentos) -, elas passam a reduzir seu consumo em outros bens e serviços, seja a prazo ou à vista.
Considerando as expectativas do mercado para a retomada da atividade econômica ao longo de 2013 espera-se que essa tendência se reverta ao longo dos próximos meses. Entretanto, salientamos que a melhor do sentimento do consumidor com relação a sua situação atual depende muito de como ele gere suas despesas. Maior controle do orçamento pessoal permite que o consumidor mantenha seus níveis de consumo sem incorrer em inadimplência ou redução brusca de seu padrão de vida para saldar compromissos antigos.