Os preços medidos pelo índice oficial de inflação do Brasil, IPCA, cresceram 0,35% em setembro. Com o resultado, em 12 meses a inflação recuou novamente, fechando em 5,86%.
O resultado está em linha com as expectativas do mercado esse mês, que esperava variação também em 0,35%.
Em Porto Alegre a variação foi significativamente maior: 0,63% no mês, mas com acumulado em 12 meses em 5,46%.
Dentre os grupos de maior variação encontramos:
- Brasil: Artigos de residência (+0,65%), Vestuário (+0,63%) e Habitação (+0,62%);
- Porto Alegre: Alimentação e bebidas (+1,3%), Vestuário (+0,89%) e Saúde e cuidados pessoais (+0,45%);;
Já entre os de menor variação estão:
- Brasil: Comunicação (-0,04%), Educação (+0,12%) e Despesas pessoais (+0,2%);
- Porto Alegre: Comunicação (+0,13%), Despesas Pessoais (+0,2%) e Educação (+0,24%);
Fonte: IBGE; Banco Central do Brasil. Elaboração: AE/CDL POA.
(em var% acumulada em 12 meses)
Fonte: IBGE; Banco Central do Brasil. Elaboração: AE/CDL POA.
Considerações da Assessoria Econômica
Em primeiro lugar, destacamos que:
- apesar de inflação maior que em agosto (0,35% contra 0,24%) setembro apresentou inflação menor que no ano passado: 0,35% contra 0,57% em 2012, onde comparamos meses similares;
- o grupo Habitação foi influenciado pelos reajustes em aluguéis residenciais, que contribuíram com 0,03% dos 0,35%;
- no caso de Vestuário, o aumento é esperado para essa época pela mudança nas coleções para as próximas estações;
- já no grupo Transportes o impacto maior foi das passagens aéreas, com reajustes de 16% em setembro, bastante influenciadas pelo aumento da Taxa de Câmbio;
- em Porto Alegre o forte aumento no grupo de Alimentos, especialmente em Frutas (2,9%) e Chás (8,8%, onde se inclui a Erva-mate) contribuiu para inflação mais alta que no resto do Brasil.
Em segundo lugar, temos que;
- a inflação cedeu levemente após meses muito próxima de 6,5%, mas ainda está longe da meta de 4,5%.
- apesar da melhora nas perspectivas da inflação para os próximos meses, as projeções ainda apontam inflação muito próxima de 6% para o fim de 2013 e 2014.
- os preços de Alimentos no Atacado estão subindo, o que sinaliza que pode haver repasse ao consumidor;
- como houve aumento de preços em aproximadamente 60% do itens, uma pressão nos preços de Alimentos pode voltar à acelerar inflação ainda mais, já que Alimentos representam 25% do que é consumido.
Como resultado, acreditamos que o cenário de inflação menor ainda não está totalmente confirmado e, com expectativa de aumento de gastos do governo nos próximos meses, o que pressiona ainda mais a inflação, abre-se a possibilidade de que o Banco Central tenha que aumentar ainda mais a taxa de juros neste e no próximo ano.
Para os próximos meses o mercado espera variação dos preços entre 0,56% e 0,65%, porém com o acumulado em 12 meses mantendo-se ao redor de 5,8%.