Inflação estável em julho: Alimentos, Vestuário e transporte público seguram o aumento nos preços

O índice oficial de inflação do Brasil, IPCA, manteve-se praticamente estável em julho com variação de 0,03%. Com o resultado, em 12 meses a inflação voltou ao intervalo da meta, fechando em 6,27%.

O resultado está em linha com as expectativas do mercado esse mês, que esperava variação de entre 0,02% e 0,04%.

Em Porto Alegre a variação foi levemente maior: 0,1% no mês, acumulando 5,49% em 12 meses.

Dentre os grupos de maior variação encontramos:

  • Brasil: Despesas Pessoais (+1,13%), Habitação (+0,57%) e Alimentação fora do domicílio (+0,45%);
  • Porto Alegre: mesmos itens, com percentuais de 0,98%, 0,97% e 0,94% respectivamente;

Já entre os de menor variação estão:

  • Brasil: Alimentação no domicílio (-0,73%), Transportes (-0,66%) e Vestuários (-0,39%);
  • Porto Alegre: mesmos itens, com percentuais de -0,34%, -0,52% e -1,51%

Fonte: IBGE; Banco Central do Brasil. Elaboração: AE/CDL POA.

(em var% acumulada em 12 meses)

Fonte: IBGE; Banco Central do Brasil. Elaboração: AE/CDL POA.

Considerações da Assessoria Econômica

Em primeiro lugar, ao contrário do que ocorreu no mês anterior, desta vez os preços de Transportes foram influenciados pelas reduções nas tarifas dos transportes públicos:

  • o item Ônibus Urbano respondeu por -0,09 pontos percentuais no índice, apresentando uma queda de 3,32%;
  • outros itens desse grupo que apresentaram queda: Veículo Próprio (-0,15%) e Ônibus Intermunicipal (-1,59%).

Em segundo lugar destacamos os efeitos positivos da queda de alimentos e vestuário, ambos movimentos sazonais esperados nessa época do ano. No caso dos Vestuários a queda mais forte em Porto Alegre pode estar associada ao início do período de liquidações um pouco mais cedo que de costume.

Situações como a de julho, em que os preços caem rapidamente em função de acontecimentos atípicos em geral tendem a se dissipar ao longo do tempo. Ou seja, a redução dos efeitos da inflação não parece ser um movimento permanente, e sim algo passageiro.

Podemos ter uma idéia desse comportamento olhando para o núcleo da inflação. Ele exclui produtos que variam muito, como aconteceu com os preços de transportes públicos nesse mês. O gráfico abaixo mostra essas duas medidas e a comparação do movimento da linha cheia com a pontilhada nos diz que:

  • o núcleo da inflação apresentou uma queda, mas que essa queda não é tão expressiva quanto na inflação cheia;
  • se essa redução fosse um movimento natural, verificaríamos uma distância entre as curvas, e não uma aproximação entre elas.

Assim, para garantir que a meta de inflação (4,5% a.a.) seja cumprida o Governo deveria iniciar uma contenção de gastos mais agressiva que a proposta para atingir a meta de superávit primário e, com isso, ajudar o Banco Central em sua tarefa.

Por fim, para os próximos meses o mercado espera variação dos preços entre 0,3% e 0,48%, porém com o acumulado em 12 meses reduzindo-se para perto de 6%.(em var. % acumulada em 12 meses)

Fonte: IBGE; Banco Central do Brasil. Elaboração: AE/CDL POA.

Assessoria Econômica
Gabriel P. Torres – Economista
gabriel.torres@cdlpoa.com.br
(51) 3017-8048   (51) 9158-6552

Política de Uso
Caso seja de seu interesse receber esse documento em versão digital, por favor entre em contato através do e-mail gabriel.torres@cdlpoa.com.br . A CDL POA permite a reprodução total ou parcial do conteúdo deste documento, desde que devidamente citadas fonte e elaboração. As análises contidas nesse documento são de única e inteira responsabilidade de seu(s) elaborador(es), não representando necessariamente a visão da instituição, seus diretores, procuradores e (ou) demais representantes legitimamente escolhidos conforme seu estatuto. A CDL POA e os autor(es) deste documento não se responsabilizam por quaisquer decisões e ações tomadas com base nas informações e análises presentes nesses informativos.

Data

07 agosto 2013

Compartilhe