Indicadores devem substituir bandeiras no RS

Proposta de novo modelo no Estado também prevê que regiões e municípios podem adotar protocolos variáveis.

A proposta do novo sistema de distanciamento controlado no Rio Grande do Sul voltou ao debate quando o governador Eduardo Leite realizou reuniões virtuais, na manhã deste sábado (8), com especialistas em saúde e com líderes de entidades empresariais. O modelo deve entrar em vigor no dia 15, segundo projeção do Palácio Piratini. Um dos pontos que muda é o sistema de bandeiras de acompanhamento semanal, que será substituído por um painel de indicadores com acompanhamento diário e instrumentos de governança entre Estado e regiões: aviso, alerta e ação – chamados de “três as”. Conforme o governo, o alerta emitido pelo GT Saúde poderá ser feito a qualquer momento, conforme a situação dos indicadores.

Outra mudança é que o Estado irá estabelecer protocolos gerais obrigatórios, que devem ser seguidos pela população; enquanto regiões e municípios podem adotar protocolos variáveis, ajustados à cada realidade, considerando o risco e o quadro atual da pandemia no Estado. Com isso, o governo atende uma das principais reivindicações das entidades do comércio, a exemplo da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL POA). “Não participamos da reunião com o governador, mas enviamos nossa sugestão pelo prefeito Sebastião Melo”, explica o presidente da CDL POA, Irio Piva. “Entendemos que o controle deve ser feito pelas prefeituras, que por estarem mais próximas das comunidades e entidades de seus municípios, conseguem acompanhar com mais facilidade o andamento da pandemia e tomar decisões baseadas nas características locais”, comenta o dirigente.

Ainda conforme a proposta, não haverá mais limitação de horários para atividades de comércio e serviços, apenas se manterá o controle da quantidade de público e funcionários nos espaços fechados. “Achamos muito bom, porque flexibiliza com segurança, cumprindo todos os protocolos de cuidados”, avalia o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, que esteve presente no encontro virtual. “Este é um avanço muito grande. Não podemos ficar parados e precisamos, sim, nos adequar às mudanças que acontecem”, avaliou o presidente do Sindicato de Hospedagem e Alimentação de POA e Região (Sindha), Henry Chmelnitsky, em nota enviada à imprensa. “A pandemia nos mostra que tudo acontece muito rápido e, agora, já temos um aceno de uma situação melhor. Subimos este importante degrau no confronto entre as questões econômicas e de saúde, e será um excelente exercício adaptar nossas mentes a este novo modelo”, analisou o dirigente.

Os protocolos gerais, que serão definidos pelo governo do Estado e devem ser seguidos obrigatoriamente por toda a população, em todas as atividades e em todos os municípios, são básicos: usar máscara, garantir ventilação e circulação do ar, manter distanciamento mínimo, higienizar as mãos e evitar aglomerações, por exemplo. O Estado também estabelecerá protocolos gerais a serem cumpridos em ambientes de trabalho e no atendimento ao público e definirá os protocolos de atividades, que serão divididos entre obrigatórios e variáveis. Os protocolos de atividades obrigatórios serão específicos e devem ser seguidos para cada atividade, em todos os municípios. Já os protocolos de atividades variáveis por região serão propostos pelo Estado como padrão para cada atividade, considerando o risco e o quadro atual da pandemia no Rio Grande do Sul. Essas regras poderão ser ajustadas por uma região para adequá-las à realidade de cada uma, desde que no mínimo 2/3 dos municípios da região concordem com elas. Esses protocolos complementarão o regramento das atividades, e é sobre esse conjunto de protocolos que as regiões poderão atuar.

Fonte: Jornal do Comércio

Data

10 maio 2021

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