Inadimplência no RS e o comércio de fim de ano - CDL POA

Inadimplência no RS e o comércio de fim de ano

A alta na inadimplência no Rio Grande do Sul em setembro pode se tornar uma pedra no sapato do varejo no último trimestre do ano, marcado por uma das datas que mais impulsionam as vendas: o Natal. A piora no indicador que mede a inadimplência é associada ao fim da primeira etapa do programa Desenrola, para acerto de débitos, e incerteza no ambiente, ainda com juros altos e restrição no acesso a financiamentos. O programa do governo federal teve início em meados de julho, com foco em renegociação e redução de volume de passivos.

Considerando julho e agosto – período de vigência do Desenrola -, a Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre indicou que 35,7 mil pessoas no Estado e 4,4 mil na Capital deixaram a condição de negativados nos serviços de análise de crédito. Já em setembro, o índice de atrasos para as empresas subiu de 13,9% para 14,3% no RS. Em Porto Alegre, a elevação foi no mesmo ritmo, de 0,3 ponto percentual, de 15,2%, em agosto, para 15,5%. No Brasil, no entanto, o indicador ficou estável. A proporção de famílias endividadas no País permaneceu em 77,4% em setembro, mesmo resultado de agosto, quando houve recuo de 0,7 ponto percentual.

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, indica que o volume de endividados foi o mais baixo desde junho de 2022. Para a entidade, o resultado aponta uma tendência de estabilidade na média entre estados. No RS e na Capital, porém, o cenário é outro. Mesmo que o indicador tenha variado na casa do zero, a situação traz incerteza para os negócios, redução no crédito e desconfiança em relação às perspectivas de consumo. Uma das formas de avaliar como será o curto prazo é de quanto é o percentual de famílias que não têm perspectiva de pagar nenhuma parte das dívidas em atraso nos próximos 30 dias, o que dá a ideia de persistência da situação da inadimplência.

Em agosto, em nível nacional, 12,7% delas reconheceram não ter condições de honrar seus compromissos nos próximos 30 dias, o maior percentual desde o início da série histórica, há 13 anos. Já em uma análise mais extensa da série histórica, o nível de inadimplência é bastante baixo se analisado desde 2010. As boas notícias para o último trimestre do ano são a segunda etapa do Desenrola, que teve início em 9 de outubro, e a primeira parcela do pagamento do 13º salário. Somente o valor pago aos servidores do Executivo estadual, em 1º de novembro, injetará R$ 1,6 bilhão na economia gaúcha.

 
Fonte: Jornal do Comércio
 

Data

20 outubro 2023

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