Após três meses seguidos de alta, o volume de vendas do varejo no Rio Grande do Sul apresentou queda de 0,7% em agosto ante o mês anterior, segundo dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada ontem pelo IBGE. Por outro lado, o comércio varejista ampliado, que inclui veículos, material de construção e atacado de produtos alimentícios na conta, teve alta de 1,9% – um dos destaques pelo lado positivo no país.
A gangorra entre os dois indicadores pode ser explicada em parte pelo momento da reconstrução do Estado. Logo após a passagem da enchente de maio, boa parte do consumo ficou concentrada em produtos do chamado varejo restrito, com destaque para móveis, eletrodomésticos, hiper e supermercados. Agora, os dados indicam uma migração de foco diante das necessidades de reconstrução e locomoção que seguem presentes, segundo o economista-chefe da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Porto Alegre, Oscar Frank.
O economista destaca que a ligeira queda no chamado varejo restrito não chega a ser uma tragédia, porque o volume de vendas nesse ramo está sendo comparado com uma base mais forte e segue em patamar elevado.
Como estamos às vésperas do fim do ano, época de ouro para o varejo, existe uma tendência de aquecimento das vendas. No entanto, como parte dos benefícios de transferência de renda foi antecipado no combate à enchente, existe um asterisco quanto ao potencial desse avanço, segundo o especialista.
Fonte: Zero Hora / GPS da Economia – Anderson Aires