Fique bem informado – 29 mar

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MARÇO, 2021

Notícias

Relatório FOCUS: as últimas previsões para a economia brasileira

PIB: o prognóstico para 2021 caiu de +3,22% para +3,18% nos últimos sete dias. Recentemente, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) anunciou os resultados dos índices de confiança de diversos segmentos para março: todos apresentaram quedas ante fevereiro, na série com ajuste sazonal. Enquanto os recuos para a indústria e a construção civil foram menos intensos, o sentimento dos consumidores e do comércio registrou enorme deterioração, retornando para níveis que não eram vistos desde maio de 2020, em um dos piores momentos relacionados ao coronavírus. Além disso, o Monitor da Atividade da OCDE, desenvolvido com base nos dados do Google Trends, demonstra que a renda acelerou suas perdas entre as terceiras semanas de fevereiro e março em comparação com o cenário hipotético sem a incidência da COVID-19.

Preços e Taxa SELIC: o cômputo para o IPCA em 2021 subiu pela décima segunda oportunidade consecutiva, de +4,71% para +4,81% – aproximando-se da margem máxima de tolerância do Regime de Metas, de +5,25% –. De acordo com o IBGE, o IPCA-15 de março teve avanço de +0,93%: ainda que tenha sido o maior incremento no período desde 2015, a estatística veio aquém do consenso de mercado das sondagens da Refinitiv (+0,96%). Eventuais complicações no balanço de riscos da inflação podem fazer com que o COPOM reduza os estímulos via política monetária em ritmo mais rápido do que do que o inicialmente antevisto.

Impactos setoriais da pandemia e perspectivas – Bradesco

As medidas de distanciamento social trazem dificuldades extras para determinadas classes, entre as quais: lojas, serviços prestados às famílias (alimentação, alojamento, educação e saúde privadas) e transporte de passageiros.

Por sua vez, as categorias com panorama positivo são as fábricas voltadas à exportação, favorecidas pela depreciação cambial e pela demanda externa ascendente, e o ramo imobiliário residencial, com os novos empreendimentos a serem lançados a partir de julho. Já o agronegócio se beneficia das cotações elevadas das commodities, da ampliação da safra de grãos e dos ganhos de rentabilidade nas vendas para fora do território nacional.

A expectativa é de que com o equacionamento do problema sanitário possa ocorrer uma recuperação lenta e gradual, ancorada em juros reais deprimidos, disponibilidade de crédito e de poupança, bem como na melhora do emprego.

 

Confiança desaba em março

As variáveis que rastreiam a percepção sobre os rumos da economia são importantes ferramentas para a análise da conjuntura e para a construção de cenários. Quanto mais favoráveis, maior tende a ser a força da atividade, e vice-versa.

No caso dos consumidores, a queda em março foi de 9,8 pontos (de 78,0 para 68,2). Já para os empresários do segmento, a retração foi superior: -18,5 pontos (de 91,0 para 72,5). Vale ressaltar que os 100 pontos refletem a média entre junho de 2010 e junho de 2015. Ambos os resultados representam o menor patamar desde maio de 2020.

Todas as estatísticas apresentam dois subcomponentes: situação atual e expectativas. No que tange às famílias, a avaliação do primeiro passou de 69,5 para 64,0 pontos, e de 84,8 para 72,5 pontos para o segundo. Por sua vez, o vetor do momento presente retrocedeu de 86,5 para 75,9 pontos para os varejistas e atacadistas, enquanto a visão para o futuro tombou de 95,9 pontos para 70,2 pontos.

COMENTÁRIOS:

Cremos a pior condição sanitária registrada ao longo da pandemia, associada às novas restrições ao funcionamento dos negócios em diversas localidades, contribuíram para a baixa tão significativa.

A falta de medidas de amparo dos governos, em um contexto de enorme fragilidade dos balanços financeiros pessoais e corporativos, a pressão inflacionária no início da cadeia produtiva e na ponta final, além dos impactos negativos do mercado de trabalho deteriorado sobre a massa de salários e a capacidade de demanda por bens e serviços também fazem parte do panorama.

Acreditamos que eventuais melhoras no curto prazo estão atreladas às políticas compensatórias da União e dos estados, mas, principalmente, à redução da ocupação hospitalar.

 

Data

29 março 2021

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