Grande Porto Alegre registra menor inflação entre regiões do país em novembro

Entidades apontam mais desafios para o comércio

Passado o período mais agudo da enchente histórica, o varejo agora encara outra etapa da reconstrução. Dirigentes de entidades do comércio e serviços, como alimentação, apontaram, durante o evento do Mapa Econômico do RS, os desafios, oportunidades, mesmo com a crise provocada pelas cheias, e medidas que cabem ao segmento na Região Metropolitana de Porto Alegre. A projeção é de crescimento nos próximos anos, com novas operações. “O varejo da região está passando por um momento totalmente diferente, onde alguns negócios tiveram desempenho acima da média e muitos não conseguiram nem retornar”, lembra Irio Piva, presidente da CDL Porto Alegre (CDL-POA).

Para Piva, não é possível generalizar nos impactos e como cada segmentos ou empresa reagiu. “Temos supervalorização em cidades da Região Metropolitana, como Gravataí, que não foi atingida no evento climático”, cita o dirigente da CDL-POA. Para ele, o maior desafio imposto pela conjuntura climática “é conseguir se reposicionar muito rápido”. “A rapidez de ação nunca foi tão importante como neste momento”, reforça o presidente da CDL-POA. “Quem ficar esperando as coisas melhorarem talvez não tenha isso, e quando se der conta o momento pode ter passado.” O presidente da Federação Varejista do RS, Ivonei Pioner, encara os desafios na região pelo tamanho dos impactos da reconstrução pós-cheias. “A região está se reinventando todo dia. Com esses dados todos (citando o conteúdo do Mapa Econômico), podemos planejar de uma forma segura e estruturada as ações”, opina Pioner.

“A Região Metropolitana é, de fato, o coração do Rio Grande do Sul”, disse. Para o presidente da Federação Varejista, passados os meses iniciais pós-cheias, agora não é só recuperar a condição de operação, “mas de olhar para frente”. “São três realidades: do ambiente econômico, estruturação logística e a criação de um ambiente positivo para atrair novos empreendimentos”, lista. “Para o varejo, o que é muito importante é que, como um todo, todas as áreas da economia, aconteçam. Quando existe essa convergência de crescimento, o varejo se fortalece”, associa o dirigente da federação, que dirige o SPC Brasil no Estado. A articulação de entidades e setor público na retomada é apontada como um dos trunfos para os próximos anos, sinaliza Paulo Geremia, presidente do Sindicato de Hospedagem e Alimentação de Porto Alegre e Região (Sindha). “Isto está dando um bom resultado. Desde o que ocorreu, houve união. É muito importante, é o caminho para o desenvolvimento”, vincula o dirigente do setor de gastronomia. Para Geremia, a atuação e mobilização conjunta podem explicar que muito da retomada, segundo ele, vem ocorrendo de forma até mais rápida do que se imaginava. “A recuperação é com qualidade e dá resultados”, acredita o presidente do Sindha. O presidente da Federação das Associações Gaúchas do Varejo (Federação AGV), Vilson Noer, ressalta que há ainda recuperação a ser feita no setor, mas a reação dos empreendedores mostra a força da região. “O potencial da Região Metropolitana é gigantesco para o varejo. Um terço dos consumidores está aqui e tem todo potencial para melhorar ainda mais, com demanda de empregos e recuperação. Oportunidades são infindáveis”, pontua Noer. “O varejo depende muito da população, e a Grande Porto Alegre impacta nos resultados de todo o comércio”, amplia Arcione Piva, presidente do Sindilojas Porto Alegre.

A pulverização de obras, muitas ativadas pelo setor público, também são listadas como impulso para gerar mais renda e vendas. “Estamos tendo obras de reconstrução por toda a região e isso afeta e afetará positivamente o varejo nos próximos anos. É mais consumo e renda”, associa o presidente do SindilojasPOA. O setor supermercadista foi bastante afetado, mas teve boa parte das operações reativadas. O presidente da Associação Gaúcha dos Supermercados (Agas), Antônio Cesa Longo, citou a ação que a entidade teve de mapear as lojas fechadas e ver como auxiliar na relação com fornecedores. Para Longo, o mercado consumidor abrangente sustenta também a diversidade de negócios e tamanhos. Novas lojas continuam a ser abertas, como no formato de atacarejos, que é o modelo que ganhou impulso nos anos recentes.

A presidente da Associação Comercial de Porto Alegre (ACPA), Suzana Vellinho, aposta que a crise, gerada pela cheia, trouxe, além da reconstrução, “um novo olhar para uma região que está se reinventando todo dia”. “Os dados que o Mapa Econômico apresenta nos mostram isso e ainda que é possível nos planejarmos de forma estruturada”, reforça Suzana. Mas a dirigente pondera, no entanto, que há diferentes realidades, como empresas que não conseguiram retomar a operação até agora. “Muitas não tiveram acesso a recursos, à ajuda do governo, e vão ter mais dificuldades e podem nem voltar.”

Fonte: Jornal do Comércio

Data

11 dezembro 2024

Compartilhe

Icone de telefone

Ligue e descubra a solução ideal para a sua empresa

51 3017 8000

Capitais e regiões metropolitanas
De segunda a sexta , das 9h às 18h.