Diminuição da procura pelo mercado de trabalho contribuiu para evitar alta ainda maior do desemprego no RS
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NOVEMBRO, 2018
Notícias
De acordo com os dados mais recentes da PNAD Contínua, do IBGE, a taxa de participação, ou seja, a razão entre a força de trabalho (empregados e desempregados) pela população acima de 14 anos (considerada apta para ofertar sua mão de obra) atingiu um dos menores patamares para o Rio Grande do Sul no terceiro trimestre de 2018: 62,9%. O ingresso efetivo no mercado de trabalho por parte da sociedade gaúcha caiu consideravelmente entre 2017 e o primeiro semestre de 2018, conforme o gráfico abaixo. De uma maneira geral, a lentidão da retomada econômica no pós-crise, que impõe baixo nível de geração de postos de trabalho e, por conseguinte, avanço tímido dos salários, tem contribuído para este movimento.
Em virtude desta constatação, a Assessoria Econômica da CDL-POA simulou dois cenários para mostrar que a redução da demanda pelo mercado de trabalho por parte da população atuou para evitar uma alta ainda maior do desemprego no nosso estado. Vale lembrar que são considerados desempregados somente aqueles que procuram, mas não encontram ocupação.
O primeiro caso considera a manutenção da taxa de participação média entre 2012 e 2013, ou seja, antes do início da crise econômica no Rio Grande do Sul, de 63,7%, aplicada ao terceiro trimestre de 2018. Segundo nossos cálculos, 78,2 mil pessoas teriam deixado de ingressar no mercado de trabalho gaúcho. Caso esse movimento não tivesse ocorrido, e toda a mão de obra excedente não lograsse êxito na obtenção de algum posto de trabalho (seja formal ou informal), a taxa de desemprego subiria de 8,2% para 9,4%.
Por sua vez, a hipótese subjacente no segundo caso é de que a taxa de participação seria a mesma do pico da série histórica (64,9%), registrada no primeiro trimestre de 2017. Aqui, 185 mil pessoas teriam aberto mão de participar do mercado de trabalho do RS. Se tal contingente optasse por buscar emprego sem sucesso, a taxa de desemprego seria de 10,9%, e não de 8,2%.
Logo, nos dois cenários, haveria forte aumento da taxa de desocupação, o que mostra a importância do tema.
*Conteúdo exclusivo – Oscar Frank, economista-chefe da CDL POA
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