Custo da cesta básica em Porto Alegre é o segundo mais alto entre as capitais

Custo da cesta básica em Porto Alegre é o segundo mais alto entre as capitais

27

AGOSTO, 2018

Notícias

Valor caiu em todas as 20 capitais investigadas pelo DIEESE em julho.

O DIEESE concluiu que o custo da cesta básica em Porto Alegre é o segundo maior entre as 20 capitais analisadas: em julho, foram necessários R$ 435,02 para a aquisição de 13 itens alimentícios considerados essenciais, conforme o Decreto-lei número 399 de 1938. A capital gaúcha ficou somente atrás de São Paulo (R$ 437,42) no ranking nacional, e bem acima da média simples das regiões investigadas (R$ 376,04).

Em relação ao mesmo período de 2017 – comparativo adequado para dirimir os efeitos da sazonalidade característica referente a cada mês do ano –, a cesta básica caiu 4,1% em termos nominais em Porto Alegre, conforme tabela abaixo. Para todas as demais 19 capitais investigadas também houve redução do valor nessa base.

Custo da cesta básica nas capitais brasileiras
(Em R$ nominais e variação % de julho de 2018 em comparação com julho de 2017)

Fonte: DIEESE. Elaboração: AE/CDL POA.

 

Por que Porto Alegre tem uma das cestas básicas mais caras do BR?

O cruzamento das informações entre o valor da cesta básica e a renda dos trabalhadores mostra que o primeiro costuma estar diretamente associado com a segunda. Por exemplo: enquanto o custo da cesta básica em Porto Alegre é o segundo mais alto do País, a capital gaúcha está no terceiro lugar entre as que possuem os maiores rendimentos efetivamente recebidos pelos empregados (incluindo aqueles com e sem carteira assinada, funcionários públicos, empregados por conta-própria, e outros), de acordo com as últimas estatísticas da PNAD Contínua, do IBGE.

A metodologia do DIEESE utiliza três diferentes composições da cesta básica para grupos de estados brasileiros, levando em consideração os hábitos alimentares de cada uma dessas regiões. Para o Rio Grande do Sul, a quantidade da carne definida na cesta (6,6 quilos) é maior do que a média brasileira (6 quilos). Como o corte gaúcho é reconhecido por sua qualidade, o preço mais alto para o consumidor acaba influenciando de forma considerável o valor da cesta em Porto Alegre.

É importante lembrar também que cada estado pode determinar alíquota específicas de ICMS para esse conjunto de bens, o que constitui outro fator de diferença entre os entes. Da mesma forma, grandes centros tendem a ofertar cestas básicas mais baratas por conta do menor custo logístico.

Quais as perspectivas para os próximos meses?

A expectativa de (1) crescimento moderado da economia nos próximos trimestres e, consequentemente, da massa salarial da economia; (2) níveis estáveis de inflação; (3) a boa safra de grãos (mesmo que não repetindo o excelente resultado do ano passado) e (4) a normalização das redes de abastecimento pós-greve dos caminhoneiros sinalizam que o preço da cesta básica deve continuar bem-comportado nos próximos meses.

Metodologia e outros dados: DIEESE

*Conteúdo exclusivo – Oscar Frank, economista-chefe da CDL POA


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Data

27 agosto 2018

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