Conforme dados divulgados pelo Banco Central o total de Crédito (estoque total concedido até a data de referência) no Brasil foi de R$ 2.384 bilhões em fevereiro, o que representa pequena variação de 0,7% sobre janeiro, e 16,8% na comparação com fevereiro de 2012. Já para o Rio Grande do Sul, o Crédito em janeiro (últimos dados disponíveis) apresentou leve crescimento de 0,5% na comparação com dezembro anterior, totalizando R$ 152 bilhões (6,4% do total no Brasil). Na comparação com janeiro do ano passado a expansão foi 15,6% no estado.
Olhando para as novas concessões de crédito (ou seja, valores concedidos no último mês) essas totalizaram R$ 253 bilhões – aumento de 15,9% na comparação com fevereiro do ano passado, e queda de -5,1% na comparação com janeiro desse ano.
Esses totais representam operações com recursos livres (taxas acordadas livremente entre as partes) e recursos direcionados (taxas pré-determinadas, como Crédito Rural, financiamentos do BNDES, microcrédito, etc), tanto para pessoas físicas quanto jurídicas. No Varejo, olhando pelo lado da demanda dos consumidores é importante analisar a evolução do crédito para pessoas físicas, especialmente dos recursos livres.
Dentre as modalidades com maior participação no Crédito com recursos livres, a de Crédito Pessoal teve crescimento de 16,4%, seguida por Cartão de Crédito com 11% (excluindo-se os valores utilizados com pagamento à vista) e Aquisição de bens (crescimento de 6%). A modalidade de Crédito Pessoal engloba desde crédito consignado a outras formas de crédito diretamente à pessoas físicas. Em fevereiro, cerca de 41% do Crédito com recursos livres às pessoas físicas eram da modalidade Crédito Pessoal, enquanto Cartão de Crédito respondeu por 17%.(var % nominal sobre igual mês ano anterior)
Fonte: Banco Central do Brasil. Elaboração: AE/CDL POA.
(em % do saldo de crédito em aberto)
Fonte: Banco Central do Brasil. Elaboração: AE/CDL POA.
Ainda considerando a modalidade de recursos livres a pessoas físicas, a taxa de inadimplência para atrasados superiores a 90 dias foi de 7,7%, queda de 0,2 p. p. na comparação com o mês anterior e 0,3 p. p. na comparação com fevereiro de 2012. A modalidade de Crédito Pessoal é que apresentou menor taxa de inadimplência, 4,6%, mantendo-se praticamente estável na comparação com o mês anterior. Destacamos essa classificação compreende as modalidades de Crédito Consignado, as quais apresentam baixo risco para quem concede o crédito uma vez que as parcelas são descontadas diretamente da fonte de renda do indivíduo. Se considerarmos apenas o Crédito não-consignado dentro do Crédito Pessoal a inadimplência foi de 8,5% em fevereiro.
Considerando a recuperação da atividade econômica esperada para este ano e a manutenção do mercado de trabalho aquecido, espera-se que o crédito se mantenha em expansão para os meses imediatamente a seguir. Entretanto, destacamos que a relativa estabilização da inadimplência combinada a eventual mudança na Política Monetária (ou seja, aumento da taxa de juros por parte do Banco Central) pode reverter essa tendência. Tal cenário dependerá muito de como se comportar a inflação nos próximos meses, especialmente dentro do grupo de produtos que não podem ser substituídos através de importações (em sua maioria, serviços).