Os dados do Banco Central sobre o volume de crédito em maio mostram que o ritmo de crescimento se mantém moderado.
O saldo de crédito no país foi de R$ 2,5 trilhões, sendo R$ 314 bilhões em novos empréstimos (aumento de 16,1% em relação a maio/12).
Considerando apenas os novos empréstimos a Pessoas Físicas:
- O Crédito Livre cresceu R$ 13 bilhões, 11% em relação a maio/12 ;
- Excluindo empréstimos de renegociação de dívidas e Veículos: aumento de R$ 9,7 bilhões, 11,1% em relação a maio/12;
- Cartão de Crédito, excluindo renegociação de dívidas, foi a modalidade que mais cresceu: 39,9%;
- Crédito para Veículos manteve-se relativamente estável: -0,5%;
- Já dentro dos recursos Direcionados, o Crédito Imobiliário cresceu 46,5%.
(var % nominal sobre igual mês ano anterior)
Fonte: Banco Central do Brasil. Elaboração: AE/CDL POA.
Fonte: Banco Central do Brasil. Elaboração: AE/CDL POA.
Em termos de Inadimplência, os dados do Banco Central apontam uma taxa média para pessoas físicas de 5,3%. Abrindo em modalidades, temos:
- 7,54% para o total de Crédito Livre às Pessoas Físicas;
- 9,7% para empréstimos em aquisição de Outros Bens (vinculado a financeiras);
- 2,3% para o Crédito Imobiliário e 6,3% para aquisição de Veículos.
Para o Rio Grande do Sul os dados são de abril, e mostram um saldo a pessoas físicas R$ 85 bilhões (+18% em relação a abril/12), e uma taxa de inadimplência de 3,18%, já que considera todas as modalidades de crédito.
Considerações da Assessoria Econômica
Conforme destacamos nas últimas notas, o Crédito no Brasil se mantém em crescimento, porém a velocidade caiu nos últimos meses. Três fatores contribuem para esse movimento:
- a lenta da atividade econômica;
- os efeitos defasados do aumento da taxa de juros pelo Banco Central;
- o estoque de crédito elevado, o que contribui para um grau de endividamento da economia mais alto:
- hoje o crédito corresponde a 54,2% do PIB;
- em abril, as dívidas das famílias representavam 44,2% da renda;
- excluindo crédito imobiliário, esse percentual foi de 30,5%.
Em termos de inadimplência destacamos a tendência nos últimos meses. O indicador aponta relativa estabilidade do percentual de crédito das famílias com atraso superior a 90 dias, o que está em linha com o indicador calculado pela CDL Porto Alegre.
Salientamos que os percentuais desses indicadores não são comparáveis, pois o indicador do Banco Central mede os valores em atraso, enquanto o indicador da CDL Porto Alegre mede o percentual de pessoas com registros de inadimplência após 90 dias.
Para os próximos meses espera-se ritmo de crescimento em nível moderado, o que é resultado novo ciclo de aumento de juros iniciado pelo Banco Central. Em termos de inadimplência, os dados mostram que aumentos na taxa SELIC provocam aumento na inadimplência de 5-7 meses depois de sua ocorrência.
Nota Metodológica
Os dados de crédito se dividem em dois grandes grupos, conforme a classificação do Banco Central:
- Crédito Livre:
- concedido a empresas e pessoas para quaisquer fins, com taxas de juros acertadas livremente entre as partes;
- principais categorias para Pessoas Físicas: Empréstimo Pessoal, Cartão de Crédito, Aquisição de Veículos e Outros Bens, Renegociação de Dívidas.
- Crédito Direcionado:
- é canalizado para usos específicos (compra de imóveis, produção rural, investimentos em capital produtivo, etc.), com taxas de juros acertadas livremente ou reguladas por autoridade competente;
- principais categorias para Pessoas Físicas: Crédito Rural e Crédito Imobiliário.
- : empréstimos para plantio de lavoura através do Crédito Rural.
Em maio/13, o Crédito Livre para Pessoas Físicas representou 62,5% do estoque de crédito no mercado, enquanto o Direcionado representou 37,5%.
Total de novos empréstimos e empréstimos ainda não quitados (em atraso ou não).(em % dos valores emprestados com atraso acima de 90 dias)
Fonte: Banco Central do Brasil. Elaboração: AE/CDL POA.