Busca por presentes enche as lojas da Capital

Com um consumidor mais atento à realidade econômica do País, o Natal deve ser proporcional às condições de cada família

A quinta-feira foi marcada pelo tradicional alvoroço nas ruas para as compras de última hora de Natal. O tradicional corre-corre para adquirir os presentes foi um dos motivos que levou as pessoas às lojas, além da compra dos itens para a ceia da ocasião. Na Rua Voluntários da Pátria, no Centro de Porto Alegre, estava difícil de andar pelo movimento de pessoas e pelo entra e sai nas lojas. Com um consumidor mais atento à realidade econômica do País, que vive um período de inflação e juros em alta, o que limita o poder de compra das famílias, o Natal deve ser proporcional às condições econômicas de cada família.

Segundo a Fecomércio-RS, as pesquisas feitas pela entidade apresentaram valores semelhantes ao gasto total do ano passado, mas com diferenças significativas entre famílias de maior e menor renda em relação a 2020. “As vendas para os mais ricos tendem a crescer em relação ao ano anterior, mas as famílias mais pobres estão sendo fortemente impactadas pela inflação e pela dinâmica ainda fraca do mercado de trabalho, e isso vai se refletir nas compras de Natal”, explicou o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn.

O dirigente salientou, no entanto, que é importante lembrar que estamos no fim da “semana de ouro” das vendas de Natal. “Os itens mais procurados tendem a ser vestuário e brinquedos, e os consumidores estão em busca de preços baixos”, enfatizou.

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL POA), Irio Piva, ressaltou que na quarta-feira o movimento foi mais expressivo, mas acredita que ontem foi o dia mais forte. “A expectativa principal de movimento foi ontem, o resquício ficou para hoje, até porque as lojas fecham mais cedo”, disse. Piva mencionou que o faturamento deste ano deve ser mais alto que o de 2019, já que os reencontros voltaram e os preços dos produtos subiram devido à inflação. De olho no preço baixo

A dona de casa Eliete Rodrigues Soares procurava os presentes para a família na rua Voluntários da Pátria, onde se concentra um grande número de lojas populares. Ela contou que pesquisou antes de abrir a carteira para comprar. “Está tudo muito caro”, afirmou. Neste ano, todos terão o mesmo presente. “Comprei roupas para todos, que é uma necessidade”, comentou.

A recepcionista Ajaúna Barros Barbosa foi na mesma linha. “Estou comprando roupas e cosméticos, mas tudo simples e com preço acessível”, esclareceu. Ajaúna acrescentou que o dinheiro gasto para comprar alimentos compromete parte dos recursos financeiros, o que diminui as possibilidades de investir mais nos presentes. “Está caro demais”, complementou.

O sócio-proprietário do Bazar Carioca, na Rua Voluntários da Pátria desde 1950, Ivan José Rodrigues, relatou que o movimento começou na quarta-feira e deve permanecer até hoje pela manhã. Porém, já sentiu alta no faturamento. “Devemos fechar dezembro de 2021 com 25% de acréscimo em relação a dezembro de 2020, lucro que se aproxima do mesmo período de 2019”, comemorou.

Fonte: Jornal Correio do Povo

Data

23 dezembro 2021

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