O PIB do Rio Grande do Sul cresceu 14,97% na comparação com o 1º trimestre de 2012. Na comparação com o último trimestre o aumento foi de 6,4%.
Na abertura por setores produtivos da economia o setor de melhor desempenho foi novamente a Agropecuária, com crescimento de 111,7% na comparação com o mesmo trimestre do ano passado.
Outros desempenhos de destaque são:
- + 3,9% na Indústria, uma recuperação após quatro trimestres em queda;
- + 2,55% do Comércio (atacado e varejo), resultado positivo pelo 16º semestre consecutivo;
- + 3,39% no setor de Serviços como um todo.
Os dados reforçam alguns diagnósticos sobre o desempenho do PIB gaúcho:
- o setor Industrial gaúcho, basicamente voltado ao mercado externo e ao setor primário, sofre quando o desempenho Agropecuário do estado ou a Balança Comercial são desfavoráveis;
- o desempenho positivo de Serviços, há mais de 4 anos em expansão ininterrupta é resultado de variáveis mais influenciadas pela conjuntura nacional que regional;
- entre esses fatores estão o crescimento da renda real (influenciado por políticas de reajuste salariais do governo federal) e das concessões de crédito.
(em var. % real)
Fonte: FEE. Elaboração: AE/CDL POA.
(em número-índice)
Fonte: FEE. Elaboração: AE/CDL POA.
Considerações da Assessoria Econômica
Em primeiro lugar é preciso contextualizar o resultado do PIB para evitar interpretações equivocadas dos dados:
- de fato, o resultado do 2º trimestre foi muito positivo em todos os setores;
- mas a comparação com o 2ª trimestre de 2012 prejudica a análise pois estamos comparando um trimestre muito ruim, especialmente em função do setor Agropecuário;
- o gráfico acima reflete melhor a realidade: o desempenho de 2013 da Agropecuária foi 112% superior a 2012, mas em 2012 a Agropecuária havia caído -45%;
- quando comparamos 2013 com 2011, um ano de crescimento moderado, os números refletem melhor a realidade: a Agropecuária cresceu 16%;
Com o excelente desempenho do setor primário, há também um efeito sobre os demais setores, especialmente a Indústria:
- a Indústria de Transformação voltou a crescer: 4,56%;
- associada a uma taxa de câmbio mais alta ela deve continuar crescendo até o final do ano;
- o setor de Transportes também foi impactado mais fortemente: 8,55%;
- apesar do desempenho mais tímido em relação ao primeiro trimestre (0,46%), o Comércio apresentou bom resultado em relação a 2012 (2,55%).
Por que o Comércio não teve um desempenho mais forte?
- o crescimento do setor está ligado a variáveis menos sensíveis à Agropecuária no estado;
- o mercado de trabalho se manteve aquecido no setor de Serviços;
- a expansão do crédito é influenciada por um mercado bancário nacional;
- o ritmo de consumo foi muito forte nos últimos anos e, com endividamento mais alto das famílias, é natural que haja uma moderação no consumo.
Com crescimento acumulado em 8,9% até o segundo trimestre, espera-se umdesempenho mais moderado para o 3º trimestre, especialmente em função da redução de expectativas dos consumidores e empresários, bem como dos efeitos das manifestações públicas sobre a atividade econômica.
Nesse cenário, a projeção é de crescimento do estado acima da média dos últimos anos, devendo fechar o ano entre 5,23% e 6,18%. Para o Comércio, a projeção é de crescimento entre 2,08% e 3,52%.