A prefeitura deu o circo com a volta do futebol, mas o varejo agora quer o pão


A prefeitura deu o circo com a volta do futebol, mas o varejo agora quer o pão

31


JULHO, 2020

Notícias

Entidades ficaram desapontadas com a decisão da prefeitura sobre os jogos enquanto o comércio segue, na sua maioria, fechado em Porto Alegre

 

A notícia da liberação do futebol em Porto Alegre provocou o varejo, e os lojistas agora se posicionam com mais força de que é a hora de reabrir. Se o lazer está com flexibilizações e usa motivos econômicos como argumento, o comércio lista também várias fundamentações. E acrescenta ainda que é um setor de negócios de menor porte, formado essencialmente por micro e pequenas empresas, grande gerador de empregos e o que mais sofre restrições desde o início da pandemia do coronavírus. Tirando, claro, supermercados, farmácias e alguns segmentos de produtos considerados essenciais, como materiais de construção.

– Não temos mais tempo. Já temos muitas lojas abertas e é por desespero – diz o presidente do Sindicato dos Lojistas de Porto Alegre (SindilojasPOA), Paulo Roberto Kruse.

Para ele, a liberação do futebol ratifica esse sentimento. Diz que isso tem sido levado todos os dias – e há várias semanas – para o comitê de crise da prefeitura de Porto Alegre, que certamente sabe que a próxima reunião terá argumentos mais efusivos. E, possivelmente, menos paciência por parte das entidades empresariais.

– A prefeitura deu o circo. Agora, queremos o pão. – Leia-se: “Deram a diversão. Agora, queremos o sustento.” 

Essa frase foi enviada para a coluna pelo presidente da Associação Gaúcha para Desenvolvimento do Varejo (AGV), Sérgio Galbinski, ao receber o alerta de que a prefeitura de Porto Alegre liberou os jogos de futebol da dupla Gre-Nal. Além disso, ele já encaminhou ao governo gaúcho pedido para algumas lojas abrirem para vender o estoque de Dia dos Pais e notícia do esporte fez crescer a expectativa de flexibilização em Porto Alegre.

Outra entidade que conversou com a coluna foi a Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL POA). O presidente, Irio Piva, admite que esperava novidades para o comércio nesta semana, considerando a proximidade do Dia dos Pais. Ficou desapontado. 

– Os empresários não aguentam mais esperar, ficar de portas fechadas. Apoiamos a retomada do futebol e, da mesma maneira, o comércio se compromete em adotar todos os protocolos e oferecer segurança aos funcionários e clientes.

Se era a hora de voltar o futebol ou se é o momento de reabrir o comércio, essa discussão agora já corre em paralelo. A decisão do prefeito Nelson Marchezan Júnior foi tomada e estrategicamente bem divulgada por ele. O ponto é: voltou o esporte, não há coerência em não flexibilizar o comércio. Aliás, sobre coerência, recomendo a leitura da coluna do colega Daniel Scola, já que há duas semanas falava-se em lockdown, mesmo sem estratégia para efetivá-lo: A incoerência na volta do futebol em Porto Alegre.

 

Fonte: Portal GaúchZH – Coluna Giane Guerra

 

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A CDL Porto Alegre reafirma seu compromisso em acolher as necessidades dos varejistas, auxiliando-os a transpor os entraves da disseminação do coronavírus. A Entidade tem a convicção de que a unidade do setor fará grande diferença neste momento tão delicado e de apreensão para todos. Com a atenção e a disponibilidade de cada empresário, para fazer a sua parte, o setor sairá ainda mais forte desta crise.

 

Data

31 julho 2020

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