Apesar de um dezembro melhor que 2012, setor encerrou o ano abaixo da média brasileira de 4,3%.
Segundo os dados divulgados pelo IBGE, o Varejo restrito no RS fechou o ano de 2013 com crescimento em relação ao ano passado. O faturamento de dezembro foi aproximadamente R$ 10,8 bilhões, totalizando R$ 95,4 bilhões em 2013.(var. % – mês s/ mês ano anterior)
Fonte: IBGE. Elaboração: NI/CDL Porto Alegre
(em var. %)
Fonte: IBGE. Elaboração: NI/CDL Porto Alegre
Os dados apontam, já descontada a inflação:
- queda de 0,43% em relação a novembro/2013, já descontados os efeitos sazonais;
- aumento de 5,0% com relação adezembro/2012;
- crescimento acumulado em 2013 de 3,85%;
- no Varejo Ampliado, que inclui Veículos e Material de Construção, o crescimento foi de 7,1% em relação a dezembro/2012;
- entre os segmentos com melhor desempenho na comparação com dezembro/12 estão Móveis e eletrodomésticos (11,0%), Farmácias (7,9%) e Artigos de uso pessoal e domésticos (9,3%).
Por fim, o Varejo restrito no Brasil teve desempenho melhor que o gaúcho, com queda menor, -0,17%, na comparação com novembro – e crescimento acumulado de 4,3% em 2013.
Considerações da Assessoria Econômica
O ano de 2013 pode ser dividido em dois capítulos, onde o Varejo gaúcho manteve desempenho próximo ao Brasil até setembro (4,8% no acumulado), e apresentou desaceleração mais forte no último trimestre (encerrando em 3,85% contra 4,3%).
A diferença nesse desempenho está mais fortemente ligada às expectativas dos consumidores, que apresentaram forte queda no último trimestre, após manterem-se em crescimento até julho em Porto Alegre (gráfico abaixo).
As expectativas têm papel relevante pois determinam o quão seguras as famílias estão quanto ao futuro e sua situação presente – o que afeta a sua disposição a se endividar e consumir bens que não sejam de primeira necessidade.(var. % – mês s/ mês ano anterior)
Fonte: Fecomércio-RS; CNC. Elaboração: NI/CDL Porto Alegre.
O resultado de 2013 pode ser considerado positivo, já que se trata do 8º ano de crescimento ininterrupto do setor no estado. Obviamente, ele não é tão positivo quanto nos últimos anos. Entretanto, é importante salientar que se trata de um crescimento real de 3,85% sobre um crescimento real de 9% no ano passado.
Conforme alertamos ao longo do ano, a expansão moderada é resultado de alguns fatores econômicos agindo em sentidos opostos, sendo do lado positivo:
- expectativas dos consumidores com leve melhora, ainda que se mantenham no campo pessimista;
- crescimento moderado na renda das famílias em função do mercado de trabalho aquecido;
E, do lado negativo:
- expansão mais moderada do crédito, na comparação com o período 2010-2012;
- aumento na taxa de juros;
- inflação ainda perto de 6%.
Nesse cenário, considerando o resultado mais modesto de dezembro, ajustamos nossa projeção referente a 2014 para um crescimento real de 3,92%.