1) A taxa de desemprego brasileira registrou queda no segundo trimestre de 2021 em comparação com o primeiro, caindo de 14,7% para 14,1%. O movimento foi considerado estatisticamente relevante pelo IBGE, e ocorreu por conta do aumento da população ocupada (+2,5%), e não porque mais pessoas deixaram de buscar uma função. Vale lembrar que aqueles que não estão procurando um ofício não integram o indicador de desempregados. Os números reforçam a recuperação da atividade econômica no período. Entretanto, a variável permanece em níveis bastante elevados.
2) Apesar do recuo supracitado, os rendimentos médios caíram 3,0%, em decorrência da criação majoritária de postos informais. Tais vagas, via de regra, apresentam menor produtividade e, consequentemente, remunerações inferiores.
3) Logo, a massa de salários real exibiu retração de 0,6%, o que pode ser interpretado como um freio no apetite dos consumidores para a aquisição de bens e serviços. A renda, juntamente com a confiança e o crédito, são três dos vetores essenciais para interpretar a dinâmica das vendas do comércio varejista. Outro fator que ajuda a explicar a diminuição do poder de compra é o avanço da inflação, fenômeno que atinge, principalmente, as camadas pobres.
4) Após momentos de crise, assim como o atual, é natural que os vínculos sem carteira assinada liderem o processo de retomada. É justamente a manutenção da trajetória de crescimento que permite a geração de cargos de maior qualidade, cujos proventos são superiores.
*Conteúdo exclusivo – Oscar Frank, economista-chefe da CDL POA
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- Os desafios para a sustentabilidade das contas públicas
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