RS cria 74.448 vagas formais no primeiro trimestre de 2021

O Rio Grande do Sul fechou o primeiro trimestre de 2021 com saldo positivo na geração de empregos com carteira assinada. De janeiro a março, o Estado criou 74.448 postos de trabalho, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo governo federal na manhã de ontem. O montante é o resultado de 345.941 contratações e 271.493 demissões no período.

Em março deste ano, o Estado abriu 17.762 postos formais – diferença entre 113.580 admissões e 95.818 desligamentos. É o terceiro mês consecutivo no azul.

O Rio Grande do Sul ocupa a quarta colocação na geração de emprego em março entre os Estados, ficando atrás apenas de São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina.

Na comparação com fevereiro deste ano, que teve saldo positivo de 29 mil vagas, março é mais tímido, mas é melhor em relação ao mesmo período de 2020, quando o Estado fechou cerca de 15 mil postos no início dos impactos causados pela pandemia de coronavírus.

Colocando uma lupa sobre os dados do Caged, indústria (9.479) e serviços (5.987) puxaram o resultado positivo no Estado em março (ver gráfico). Na outra ponta, a agricultura registrou o pior cenário, fechando 1.488 vagas formais.

Municípios

Entre os municípios gaúchos, os localizados no Vale do Rio Pardo tiveram participação importante em números absolutos na geração de empregos formais em março. Dos 17.762 postos abertos no mês, 3.899 foram registrados em Santa Cruz do Sul e Venâncio Aires.

Os dois municípios se destacam na indústria do fumo. Além da sazonalidade desse processo, o crescimento na exportação de tabaco no primeiro trimestre deste ano e a taxa de câmbio ajudam a explicar o desempenho dessas cidades, segundo o economista-chefe da CDL Porto Alegre, Oscar Frank.

– Existe demanda ávida da China, e a gente sabe que é um país que está apresentando retomada vigorosa, e também o fato de que a taxa de câmbio acaba servindo naturalmente como incentivo para se realizar a exportação – explica o economista.

Em relação a Porto Alegre, Frank destaca que a Capital tem estoque de emprego mais elevado em relação a outros municípios e acaba figurando muitas vezes entre os municípios que mais geram ou perdem vagas.

Na parte de baixo do ranking do saldo de vagas nos municípios do Estado, Vacaria lidera com o pior resultado em números absolutos. O município da Serra fechou 1.692 postos em março. O prefeito da cidade, Amadeu Boeira, atribui o fato ao fim da colheita da maçã:

– É sazonal. Todo ano é assim. Emprega bastante o pessoal quando começa a colheita e faz o desligamento no fim da safra.

Brasil

O desempenho do Rio Grande do Sul segue na esteira dos resultados o país, que também apresentou crescimento em março, registrando saldo de mais 184.140 postos de trabalho criados.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o Brasil ultrapassou o nível de emprego formal do período pré-pandemia. No acumulado dos três primeiros meses de 2021, o saldo é positivo em 837.074 vagas ante 108.825 no mesmo período de 2020.

– Excelentes notícias novamente no front da economia. Todos os setores e regiões criaram empregos. Ao contrário da primeira onda (da pandemia), que nos atingiu ano passado e destruiu 276 mil empregos em março, a nossa reação à segunda onda foi a criação de 184 mil empregos no setor formal – afirmou o ministro da Economia.

Guedes destacou que o setor de serviços, que havia sido fortemente golpeado pela pandemia, foi o grande destaque com a criação de 95.553 postos formais.

– O último setor da economia que estava no chão se levantou – completou o ministro.

Fonte: Jornal Zero Hora

Data

29 abril 2021

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