A reunião de diretoria desta segunda-feira, 29/01, foi o momento de revisitar 2023 e pensar sobre as perspectivas para 2024. A palestra, conduzida pelo economista-chefe da Entidade, Oscar Frank, teve como tema “Como foi 2023 e o que esperar da economia em 2024”.
Antes, ao dar as boas-vindas, o presidente da CDL POA, Irio Piva, agradeceu a presença de todos no Pós-NRF, realizado no dia 24, com o Teatro da Unisinos lotado. “Registramos 474 pessoas, um recorde, com representantes de vários municípios do Interior também”, comemorou o presidente, destacando a atuação em Nova York do coordenador de marketing, Leonardo Nakatani, e do vice-presidente comercial, Sérgio Galbinski. “Ambos valorizaram muito a nossa presença na NRF. O Leonardo organizou, em um período de tempo muito curto, um Pós-NRF irretocável, e o Sérgio compartilhou visitas técnicas e insights muito valiosos”, justificou o presidente.
Ele apresentou a nova presidente da Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção (Acomac), Vanessa Bizotto, para o biênio 2024/2025. Irio lembrou que Porto Alegre é uma das cidades que há mais tempo tem uma entidade organizada, sendo uma líder no movimento nacional de empresas do setor. “Tempos atrás, integrei a CDL Jovem, pois já há quase 25 anos atuo no segmento de forros e divisórias. Temos uma empresa familiar e, como meu pai decidiu fazer a sucessão em vida, eu e meus irmãos pegamos a pandemia logo no início desse processo. Foi um desafio que nos fortaleceu”, contou Vanessa. Na Acomac, ela está presente desde 2012. “Comecei com o Arcione (Piva, presidente do Sindilojas). Por isso, esta proximidade com a CDL POA e o Sindilojas Porto Alegre é muito importante para nós em vários sentidos”, concluiu a presidente da Acomac.
A partir de análises do PIB – que incluíram supersafra de grãos de verão; detalhamento das transferências sociais; estabilidade na taxa de desemprego e efeito das reformas econômicas em anos anteriores –, o economista-chefe Oscar Frank resumiu 2023 e as implicações de cada aspecto para 2024. Ele ainda colocou na balança cenários da China (alto endividamento e fraqueza do setor imobiliário), dos Estados Unidos (efeitos defasados da política monetária que freia a atividade econômica do país) e da Zona do Euro (exposta à guerra entre Rússia e Ucrânia). Inclusive, um dos riscos para a economia global é exatamente a piora nas tensões geopolíticas, considerando a guerra em Gaza.
Quanto às perspectivas para 2024, Frank listou:
- A tendência é de desaceleração do PIB do Brasil, enquanto o do RS deve mostrar recuperação cíclica estimulada pelo agronegócio e a indústria – que, finalmente, ganha fôlego pela queda da taxa de juros;
- El Niño Index confirma ser um risco, pois se trata de um fenômeno climático adverso com potencial de impactar na inflação;
- Ainda que a safra de grãos no RS seja mais próxima de um padrão normal, deve alcançar 38% de aumento de produtividade. Esse fator aliado à expectativa da segunda melhor safra de grãos da história em nível nacional desenha um quadro positivo;
- Os principais setores a serem beneficiados devem ser os mais sensíveis ao crédito na indústria e no comércio de bens;
- Equilíbrio fiscal segue sendo o maior desafio brasileiro.