Recomendação é medir a temperatura dos clientes
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MAIO, 2020
Notícias
Ir às compras pode ter uma etapa a mais no comércio gaúcho a partir desta semana. Medir a temperatura de funcionários, colaboradores, clientes e lojistas antes de ingressarem nos estabelecimentos está entre os protocolos recomendados pelo decreto de distanciamento controlado do governo do Estado, que estipula normas para o funcionamento de diversos setores.
A sugestão contempla centros comerciais e shoppings de municípios de bandeiras amarela e laranja, as mais amenas – nos de bandeira vermelha e preta, esse tipo de estabelecimento não pode abrir. Uma portaria da Secretaria Estadual da Saúde sugere que a medição seja feita com termômetro digital infravermelho. Caso a temperatura seja igual ou superior a 37,8 °C, o local pode impedir a entrada e deve orientar a pessoa sobre o acompanhamento dos sintomas e busca de atendimento em um serviço de saúde.
A medida já estava entre os protocolos de alguns shoppings e supermercados nas últimas semanas. O Canoas Shopping, na Região Metropolitana, monitora a temperatura de funcionários e lojistas há mais de um mês e, nas últimas semanas, estendeu o protocolo para os clientes.
– Ampliar para os clientes foi fácil, porque já estávamos fazendo isso internamente – conta o superintendente Ferdinando Genduso.
Além da medição, para ingressar no shopping, é preciso higienizar as mãos com álcool gel – para evitar o compartilhamento, o dispensador do produto é acionado pelo pé. Também só é permitida a entrada de pessoas que estiverem usando máscaras de proteção.
Para quem atua na área da saúde, a aferição de temperatura é considerada pouco efetiva para barrar a circulação do vírus. Membro da Câmara Técnica de Infectologia do Conselho Regional de Medicina (Cremers), Paulo Ernesto Gewehr lembra que parte da transmissão dá-se por pessoas assintomáticas, e que mesmo aquelas que irão manifestar algum sintoma podem infectar outras até 48h antes de apresentarem febre.
Restrições
Ainda são poucos os estabelecimentos que se mobilizaram para adotar o procedimento. Todos dizem ver com bons olhos a ideia, mas acreditam que ela deverá ficar restrita aos locais de grande porte.
– Certamente as grandes empresas vão fazer, porque isso deixa os clientes mais tranquilos, mas as pequenas terão dificuldades – avalia o presidente do Sindilojas, Paulo Kruse.
Presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e proprietário de uma rede de lojas de materiais de construção, Irio Piva acredita que o custo – há termômetros a partir de R$ 300 – deve ser um empecilho para a adoção do protocolo por pequenos comércios.
– Nossa orientação é que devese respeitar todas as medidas obrigatórias. Sobre as recomendadas, estamos sugerindo que quem tiver condições utilize – diz o dirigente, que encomendou alguns modelos para testar em suas lojas.
Fonte: Jornal Zero Hora – Edição impressa em 13 de maio de 2020.
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