Quais os impactos econômicos do embate entre Israel e Palestina? - CDL POA

Quais os impactos econômicos do embate entre Israel e Palestina?

As atenções de investidores e analistas estão voltadas à escalada da tensão causada pela guerra no Oriente Médio. Diante da importância do acontecimento, cabe discutir as potenciais consequências sobre a economia internacional e também do Brasil.

A principal variável a ser monitorada diz respeito ao comportamento do petróleo: o tipo Brent saltou +6,7% entre os dias 06 e 17. A valorização ocorreu porque o Irã, aliado da Palestina, possui relevância na oferta da commodity e pode se envolver no combate. De acordo com o U.S Energy Information Administration (EIA), o país ocupou a 8ª colocação no ranking de 2022, com 3,8% da produção.

Segundo o FMI, um aumento de 10% na cotação do barril reduz o crescimento global em 0,15 ponto percentual e eleva a inflação em 0,4 ponto percentual. Trata-se de uma questão pertinente para a política monetária de diversas nações, pois, a despeito dos sinais de moderação, os preços seguem pressionados, exigindo como reação que os juros sejam mantidos em patamares que desaceleram o nível de atividade. Vale lembrar que, antes mesmo da eclosão do confronto, o PIB mundial projetado para 2024 pelo Fundo é de +3,0%: menor do que o estimado para 2023 (+3,5%) e abaixo da média pré-pandemia, entre 2000 e 2019 (3,8% ao ano).

Já do ponto de vista comercial, o Brasil não tem grandes relações com Israel, Palestina, Irã e Líbano. O montante embarcado para esse conjunto em 2022 alcançou US$ 6,45 bilhões, ou seja, respondeu por 1,9% da pauta. No entanto, alguns setores são mais sensíveis aos referidos mercados, incluindo o cultivo de cereais como a soja e o milho (6,2%), açúcar (4,3%), óleos e gorduras vegetais / animais (3,9%) e petróleo bruto (2,5%). No que tange às importações, cuja soma atingiu US$ 2,29 bilhões (0,84% do total) no ano passado, destaque para as participações de outros têxteis (9,6%), fertilizantes e compostos nitrogenados (5,2%) e pesticidas e outros agroquímicos (4,4%).

Logo, ainda que determinadas categorias apresentem maior exposição no tocante às transações de bens, o risco proeminente é sobre o custo de fabricação dos combustíveis. Em caso de alta persistente, os efeitos diretos e indiretos (via serviço de frete, por exemplo) sobre o IPCA são capazes de diminuir o ímpeto do ciclo de cortes da Taxa SELIC ao longo de 2024. Em função das incertezas sobre a abrangência e a duração, o conflito requer o devido acompanhamento para que eventuais informações novas sejam incorporadas ao processo de construção de cenários.

 

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    Data

    24 outubro 2023

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