Pós-NRF 2022 CDL POA: Varejo é disponibilidade, e a pergunta-chave é “Como eu posso te ajudar agora?”, com Fabiano Zortéa

O coordenador de Varejo no Sebrae-RS, Fabiano Zortéa, se considera alguém que cresceu com a barriga no balcão. Filho de um dono de mercadinho e de uma vendedora de roupas, ele acredita na máxima “Parar de fazer e passar a fazer”. Os 19 anos dentro do Sebrae-RS – instituição que liderou a comitiva de líderes e empresários na 112ª NRF – e as nove vezes em que mergulhou na mais importante feira mundial do varejo lhe dão a clareza e a objetividade de como é possível colocar em prática no balcão da vida real as tendências e as novidades vivenciadas em Nova Iorque.

A apresentação de Zortéa não poderia ter um título mais certeiro: “Inspirações para vender mais, agora!”.  De Camaquã, no Sul gaúcho, até em loja na sofisticada Oscar Freire paulistana, o executivo trouxe estratégias de como encarar o desafio de integrar on e off e de fazer isso dentro de uma loja física, considerada o novo hub logístico, que permite a socialização a um consumidor hiperconectado e desejoso de experiências presenciais.

Nesse contexto, entra a vital humildade da marca e a sabedoria de que varejo é disponibilidade – a pergunta e a postura-chave é “Como eu posso te ajudar agora?”. “O Google criou um espaço para o consumidor conversar sobre os produtos. Tem lugar para sentar, desacelerar e viver a usabilidade da marca. Um dos efeitos da pandemia foi trazer tempo para pensar”, observa Zortéa.

Ele compartilhou o case de uma loja de bikes, que, ao organizar passeios, também promove momentos de intimidade e confiança, um certo senso de comunidade. “Naquela situação, a pessoa vai perceber que o câmbio eficiente no urbano não é tão bom assim na montanha. E, naturalmente, vai ouvir o instrutor na busca de um equipamento adequado”, exemplifica.

Da mesma forma, a personalização pode conectar afetivamente a marca com o seu público. “E, olha, nem precisa ser um produto novo. Conheço uma loja que investiu e inovou na embalagem. O presente não era caro, porém a embalagem deixava o conjunto marcante…”, complementa.

Quem não é millennial, se lembra do pai ou da mãe advertindo para não tocar nos produtos. Era o temerário “quebrou, pagou”. Hoje, a experimentação faz parte da decisão de compra. E, falando em experimentar, Zortéa mostrou a foto de um cookie que lhe foi servido em uma simpática panelinha. “Foi o cookie mais gostoso que comi na vida. Então, procurem a sua panelinha”, recomendou.

Temas de casa por Fabiano Zortéa:

– Mapear pontos físicos e digitais; analisar onde estão as pessoas; para quem e como vender. Fazer esta jornada e transformá-la em (re)aprendizado;
– Fazer curadoria;
– Contar boas histórias no Instagram;
– Compor lugares instagramáveis na loja;
– Dispor mais do QRCode, ótimo para atingir uma interação com o consumidor sem ser invasivo, pois ele autoriza. É uma forma de utilizar a tecnologia gratuita para que a oferta seja bem recebida;
– Quem vende bem no presencial precisa estar bem treinado no digital;
– Ser consciente de que as marcas têm responsabilidade por fazer um mundo melhor;
– Nem tudo é sobre ser 100% sustentável, mas como se pode causar o menor dano possível;
– Varejo ganha muito quando se inspira na hotelaria;
– Em tempos de liderança pós-Covid; ter engajamento do colaborador é fundamental. Tome um café com seu colaborador, queira saber, verdadeiramente, como está a vida dele, quais são seus sonhos;
– Afinal, pessoas sempre têm que vir primeiro. Contrate gente de bom coração, curiosa e estudiosa;
– Esta é do Vale do Silício, por onde Zortéa também já andou: “Falhei, tá falhado e não se falha mais nisso”.

Data

03 fevereiro 2022

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