As curvas de geração de emprego e renda no Rio Grande do Sul ilustram o que já é uma realidade internacional: processos importantes de automação colocam o varejo como um dos principais propulsores de empregabilidade social, responsável por cerca de 512,9 mil empregos formais em nosso Estado. Em algumas regiões, chega a ser o primeiro emprego de 1 a cada 3 pessoas do mercado formal: nessas áreas, 32,9% dos primeiros empregos estão no varejo. E é esse segmento que conseguiu restabelecer a dignidade e a esperança através da Lei 14.436/14 que acabou com o adicional do Imposto de Fronteira para os micro e pequenos empresários optantes do Simples Nacional. Esse grupo de pequenos empreendedores, que dentro de nosso Estado representa 77,1% dos estabelecimentos e 45% dos empregos formais (dentro do varejo), projeta para 2015 um grande ano. Isso porque o governo eleito afirmou antes, durante e agora (no pós-eleições) que respeita o determinado pelo Legislativo. Obviamente, isso não deveria ser motivo de comemoração, contudo, o atual governo havia decidido que desconheceria a lei, nem questionando, nem adotando, e seguiu ilegalmente executando seus pequenos comerciantes.
Assim, essa troca de percepção traz consigo o retorno da dignidade. Essa atitude provocará exatamente o que ocorreu nos estados de Santa Catarina e Paraná, que adotaram uma política semelhante. Ou seja, um almejado incremento na arrecadação e na geração de emprego e renda. Essa atitude também provocará uma melhora na pequena indústria local, sucateada nos últimos quatro anos com a existência do Imposto de Fronteira. Mas com um varejo vivo e fortalecido, passará a ter um universo de clientes interessados em crescer, que sempre optaram pelos produtos regionais, quando disponíveis. Assim, todos ganham!
Gustavo Schifino