Começou nesta sexta-feira (13), a segunda e mais importante fase do Open Banking, termo usado para sistema financeiro aberto. Ele traz a possibilidade de clientes permitirem o compartilhamento de suas informações entre diferentes instituições bancárias autorizadas pelo Banco Central, além da movimentação de suas contas a partir de diferentes plataformas.
Atualmente, um banco ou fintech não tem acesso ao relacionamento do usuário com as demais empresas. A ideia essencial é de que isso gere uma concorrência maior, com melhores condições e novos produtos que beneficiem o consumidor no final das contas. A expectativa é de que seja ainda mais revolucionário no sistema bancário do que foi o Pix, sistema de pagamentos instantâneos lançados pelo Banco Central no final do ano passado.
Segundo o superintende da CDL Porto Alegre, Maico Renner, com o Open Bancking o cliente passa a ter mais autonomia sobre seus dados e operações porque pode disponibilizá-los a qualquer banco que tiver interesse. “Isso faz diferença para o banco na hora de conceder crédito. Também possibilita a proposição de ofertas mais assertivas, melhores produtos, customização de serviços e tarifas adequadas”, detalha Renner.
Ainda, o superintendente avalia que, no Brasil, o novo sistema do BC possibilitará a descentralização e desburocratização do crédito, à medida que mais empresas estarão aptas para ofertar crédito e melhores condições para fazer análises. “Mais empresas concedendo crédito aumenta a competitividade do mercado, amplia a oferta de produtos, direciona para uma tendência de redução de inadimplência e taxas pela assertividade, cria um ambiente para ofertas customizadas e produtos com preços melhor”, explica Maico.
Dados do setor mostram que o sistema bancário investiu R$ 98 milhões na implantação do Open Banking. A cifra não considera os aportes internos feitos pelas instituições na adaptação de seus sistemas e processos. A adoção será em quatro fases, sendo que a última delas está marcada para dezembro de 2021. A primeira etapa consistiu na organização de dados que já era públicos. Agora, o cliente poderá autorizar as instituições a compartilharem as informações, que vão dos dados pessoais (nome, endereço, renda, telefone, e-mail, nome dos pais, etc) até informações transacionais (extrato de conta corrente, cartão de crédito, empréstimos, financiamentos, etc).
Em agosto, ocorre a terceira fase, quando começa a possibilidade de compartilhamento dos serviços de iniciação de transações de pagamento e de encaminhamento de proposta de operação de crédito. Já a última, prevista para dezembro, terá o compartilhamento de informações sobre produtos de investimento, previdência, seguros, câmbio, entre outros.
Dados: Banco Central, Portal Gaúcha ZH e CDL POA
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