Onda amarela: venda de produtos dos Minions deve crescer 80% em relação ao último filme - CDL POA

Onda amarela: venda de produtos dos Minions deve crescer 80% em relação ao último filme

POR GLAUCE CAVALCANTI

05/07/2015 6:00

RIO – Uma onda amarela cobriu o varejo no país. Os Minions — fiéis escudeiros de Gru, protagonista de “Meu malvado favorito” — estão em toda a parte. Cobriram avião e metrô. Deram nova forma às batatas fritas de uma rede de fast-food, invadiram as araras das grandes varejistas. Não à toa, “Minions”, produção de Universal e Illumination Entertainment, bateu mais de 50 licenciamentos no país. É dez vezes mais que na época que “Meu malvado” chegou à telona, em 2011.

No fim de semana de estreia (quinta-feira a domingo), “Minions” superou R$ 23 milhões em bilheteria e foi visto por mais de 1,5 milhão de espectadores, segundo dados do site FilmeB. Já é a quinta maior abertura de cinema este ano no Brasil.

A “minionmania” cresce sobre dois impulsos principais: o encantamento dos fãs e um feroz plano de negócios.

— Construímos um projeto de licenciamento em 2011. Ele terá continuidade até 2019, quando sai o terceiro filme do “Meu malvado”, depois do segundo “Minions”, previsto para 2017. Trabalhamos com líderes de diversos segmentos e estamos ampliando essa base de parceiros — conta Martha Colpaert, diretora comercial da Exim Licensing Brazil, que representa a Universal no país.

O salto de uma dúzia de licenciados em 2013, a reboque de “Meu malvado favorito 2”, para mais de 50 agora deve se traduzir em alta de 80% em vendas de produtos, prevê Martha.

CONTRADITÓRIOS E LUCRATIVOS

Divertidos, loucos para serem maus, mas genuinamente adoráveis, os Minions são criaturas cheias de contradições. Com isso, trazem o trunfo de agradar a crianças e adultos.

— Os Minions são divertidos, passam uma inocência, algo que muitos desenhos atuais têm perdido — conta Katia Gomes, servidora pública federal.

Ela é mãe de Guilherme, de 8 anos, que divide com o amigo e vizinho Rafael Lazera, de 7, a paixão pelos bonecos.

Os Minions ilustram o bom desempenho do setor de licenciamento no país, a despeito da crise na economia. Só este ano, o segmento deve totalizar R$ 13,7 bilhões em faturamento, alta de 4% sobre 2014, de acordo com a Associação Brasileira de Licenciamento (Abral).

— Com a crise, os consumidores não pararam de comprar, mas reduziram o ritmo de compras. O licenciamento estimula a compra. Na hora de escolher, a pessoa prefere o produto que traz o personagem, pois enxerga satisfação maior naquela opção — explica Marici Ferreira, presidente da Abral.

Esse encantamento de quem compra está diretamente ligado ao fascínio exercido pelos personagens que são a onda do momento. E o cinema é eficaz na transposição de sucessos da telona para as prateleiras. No Brasil, 70% dos licenciamentos estão ligados à área de entretenimento, tendo as áreas de confecção e brinquedos como as mais fortes em produtos ofertados.

— Não é que gerem um impulso de compra desenfreado. Mas ajudam a vender. Em alguns casos, o item licenciado vende até 20% mais que o produto equivalente sem licenciamento — diz Marici.

DE AVIÃO A METRÔ, DIVERSOS SEGMENTOS

Para entender de onde vieram os Minions e sua busca por um malvado mestre é preciso ir ao cinema. Para saber aonde eles foram parar, basta olhar ao redor, do céu aos túneis do metrô.

Os bonecos amarelos — que não falam nossa língua e têm um ou dois olhos — decoram o exterior de um jato da Azul. Também envolvem, até este domingo, vagões do MetrôRio. A página dos Minions no Facebook superou a marca de 30 milhões de fãs. A música tema do filme foi gravada por Michel Teló.

O varejo confirma que o poder de sedução dos milhares de pequeninos parceiros de Kevin, Stuart e Bob, estrelas de “Minions”, faz diferença.

— A coleção Minions está com crescimento de vendas de 35% sobre as demais — diz Fernanda Dittmers, responsável pelo marketing da Puket, que lançou linha de pijamas, camisolas, meias e sapatilhas dos personagens.

Ela explica que o custo da licença é alto e, por isso, o preço dos pijamas, por exemplo, fica 30% mais alto que o dos pijamas sem licenciamento.

O vestuário é um dos alvos fortes. No grande varejo, só a Riachuelo estampava os Minions em uma seleção de produtos na época de “Meu malvado favorito 2”. Agora, Renner e C&A incluíram os seguidores de Gru em suas coleções.

— Dentro da divisão infantil, temos uma célula de licenciamento importante para nosso mercado e para composição do mix de produtos. Nosso posicionamento é ter as licenças desejadas pelos clientes, como no caso de Peppa Pig, Frozen, entre outros — contou Henry Costa, diretor de produtos da Lojas Renner.

A coleção da varejista, hoje com peças nos tamanhos de 6 a 14 anos, vai crescer até o Dia da Criança, para quando está previsto, aliás, o lançamento do DVD dos “Minions”, de acordo com a Exim.

A linha da C&A chega às prateleiras no dia 10, com opções para crianças e adolescentes de 4 a 16 anos. Já a Riachuelo fez o lançamento de sua coleção no último dia 26, na loja conceito que tem na Rua Oscar Freire, São Paulo.

No segmento de brinquedos, o resultado também é relevante. No grupo RiHappy/PB Kids, a estimativa é de alta de 30% nas vendas de produtos dos Minions a partir da estreia do filme.

CONSUMO INFANTIL

O fascínio dos bonecos fisga também os adultos:

— Eu gaguejo um pouco, e um dos Minions, também. O interesse começou daí. Coleciono produtos. Adoro. Já comprei quase todos os bonecos da promoção do McDonald’s, embora nem coma lá — disse Raquel de Oliveira, 29 anos, administradora.

A rede de fast-food lançou ainda uma batata frita com o formato das criaturinhas.

A Havaianas tem um contrato de licenciamento global dos Minions — ao lado de outras marcas como Ferrero Rocher, Nestlé e McDonald’s — e terá mais quatro modelos com as estrelas do momento, além dos dois já disponíveis. A empresa estima que a alta em vendas perdure até 2016. Estão ainda na lista de licenciados fabricantes de alimentos como Danix e Vigor, a malharia Malwee, entre outros.

Em meio à onda amarela de produtos, Luiz Cavalheiros, professor da ESPM-Rio, alerta para a questão do consumo infantil:

— Em febres de consumo como a dos Minions, esquentam as discussões sobre o papel dos pais, do mercado e do governo na educação de consumo das crianças.

Para ele, além da atuação de órgãos competentes, a família e a escola são fundamentais na orientação das crianças.

FONTE: http://oglobo.globo.com/economia/negocios/onda-amarela-venda-de-produtos-dos-minions-deve-crescer-80-em-relacao-ao-ultimo-filme-16665313

 

Data

06 julho 2015

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