O FMI atualiza de forma recorrente suas expectativas para diversas variáveis relevantes. Nesse sentido, as análises ajudam a mapear os cenários para o futuro, contribuindo para a tomada de decisão dos agentes.
As previsões para o PIB mundial em 2024 e 2025 não apresentaram alterações em comparação com a estimativa de abril: +3,2% e +3,3%, respectivamente. Logo, ambos os números permanecem aquém da dinâmica observada no pré-pandemia (média de +3,8% ao ano entre 2000 e 2019).
No caso dos países desenvolvidos, o produto antevisto dos Estados Unidos para 2024 caiu de +2,7% para +2,6% por conta do início mais lento do que o aguardado na arrancada do ano. Em 2025, a elevação computada é de +1,9%, em linha com a perspectiva de desaceleração do mercado de trabalho, além de uma postura fiscal menos voltada à expansão da renda. Os referidos vetores devem abrir espaço para que o ciclo de queda dos juros americanos comece até dezembro e continue ocorrendo gradualmente ao longo de 2025 na nossa visão.
Especificamente a respeito da Zona do Euro, as projeções para o PIB acusam +0,9% em 2024 (incremento de +0,1 ponto percentual ante o exercício realizado há três meses). A robustez dos serviços e as exportações líquidas (diferença entre as vendas externas e as importações) colaboraram para a modificação. Em 2025, a tendência é de aquecimento (+1,5%) em virtude dos reajustes salariais reais motivados pelas taxas de desemprego deprimidas e do efeito do barateamento do custo do crédito para os investimentos.
Já para o grupo dos emergentes, a China teve seu crescimento econômico revisto para cima (de +4,6% para +5,0%), fruto dos resultados dos gastos das famílias e dos embarques para outras nações no primeiro trimestre. Todavia, convém notar que o cálculo não incorporou a leitura oficial do período entre abril e junho, cuja majoração (+4,7% contra igual janela de 2023) veio abaixo do consenso entre os especialistas (+5,1%). Portanto, as chances de descumprimento da meta do governo para 2024 “em torno de 5,0%” aumentaram, o que suscitou cortes das taxas de empréstimos de 1 e 5 anos pelo Banco Central recentemente.
No que tange ao Brasil, o PIB para 2024 passou de +2,2% para +2,1%. O Fundo destacou que os impactos das enchentes no Rio Grande do Sul fundamentaram a mudança. Em contrapartida, o prognóstico para 2025 subiu (de +2,1% para +2,4%) em função da reconstrução das localidades atingidas pelos alagamentos e de questões estruturais como, por exemplo, a fabricação de hidrocarbonetos ligados à extração do petróleo.
Os preços ao consumidor na esfera global, por sua vez, avançarão +5,9% em 2024 e +4,4% em 2025, ou seja, acréscimos inferiores no confronto com 2023 (+6,7%). A despeito do relativo equilíbrio do balanço de riscos, os fatores altistas ganharam proeminência no curto prazo, incluindo a resiliência dos itens do segmento terciário e as eventuais consequências do recrudescimento de tensões geopolíticas e comerciais.
Em suma, o recado transmitido pelo FMI é de uma melhora lenta esperada para o nível de atividade e para a inflação para o mundo. No entanto, é necessário monitorar as ameaças que podem frustrar esse quadro.
Assine a nossa Newsletter!
Fique por dentro das principais novidades do varejo, economia, projetos de inovação e tendências do Rio Grande do Sul!