Nota Econômica: COPOM deve manter a Taxa SELIC em 13,75% ao ano - CDL POA

Nota Econômica: COPOM deve manter a Taxa SELIC em 13,75% ao ano

Principais destaques do cenário desde a reunião realizada entre 31/jan e 1º/fev:

Panorama internacional: houve deterioração significativa por conta da quebra de duas instituições financeiras nos Estados Unidos – Silicon Valley e Signature Bank – e dos problemas no balanço apontados pelo Credit Suisse. Os bancos centrais americano e suíço, respectivamente, agiram de forma rápida para amenizar o impacto da crise. Porém, em função dos desdobramentos da turbulência, a cotação de importantes commodities caiu, como o petróleo tipo Brent (-10,0%). Esse vetor desinflacionário vindo do exterior foi parcialmente contrabalançado pela desvalorização do Real em comparação com o Dólar (+3,4%), o que contribui para encarecer os importados e restringir a concorrência com similares nacionais.

Conjuntura doméstica: diversos indicadores acusam enfraquecimento da economia no começo de 2023. Tanto o CAGED referente a janeiro, cujo resultado corroborou com a tendência de desaceleração no número de vagas formais, quanto a PNAD do trimestre encerrado em janeiro, com queda inédita da ocupação desde outubro de 2020, mostram que o emprego perdeu fôlego. Por sua vez, a atividade da indústria e dos serviços, de acordo com os dados do PMI Composto, recuou no primeiro bimestre. Além disso, as inconsistências contábeis no caso das Lojas Americanas geraram choque negativo sobre o mercado de crédito, ainda que sem nenhuma ruptura por ora.

Preços no Brasil: o IPCA corrente atingiu 5,6% nos últimos 12 meses até fevereiro, enquanto a média dos núcleos – que desconsideram itens voláteis, como alimentos e energia – está girando em torno de 8,5%. Já as expectativas subiram novamente. A piora aconteceu não só para 2024 (de +3,91% para +4,11%), dentro do horizonte de atuação da política monetária, como também em prazos mais longos: de +3,50% para +3,90% em 2025 e de +3,50% para +4,00% em 2026. Julgamos que o fenômeno pode ser atribuído, entre outras questões: (1) à continuidade dos ataques do governo federal ao tamanho dos juros básicos; (2) às indefinições sobre o arcabouço que substituirá o Teto de Gastos visando o controle das contas públicas; (3) ao expansionismo fiscal – reajuste do Salário Mínimo, elevação do limite de isenção da tabela do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), compensação direcionada aos estados pela redução de ICMS em 2022, etc.. A boa notícia diz respeito à dinâmica no atacado, que segue muito bem-comportada.

Parecer da Assessoria Econômica da CDL POA: entendemos que o BC não alterará a Taxa SELIC no encontro de amanhã. Na nossa visão o discurso será ajustado, atenuando trechos que ressaltam a possibilidade de aumentos adicionais no futuro. No entanto, o recado da vigilância, ou seja, da necessidade do Comitê em observar a convergência das projeções do IPCA para as metas como elemento condicionante para cortes nos juros permanecerá.

 

Data

21 março 2023

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