Inflação acelera e sobe a 6,36% em 12 meses
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ABRIL, 2021
Notícias
Com impacto dos combustíveis, a inflação voltou a ganhar força na região metropolitana de Porto Alegre. Em março, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve variação de 0,95%. Em fevereiro, havia sido de 0,86%. Com o novo resultado, o IPCA acelerou para 6,36% no acumulado de 12 meses. O índice é conhecido como a inflação oficial do país.
Na prática, o resultado da Grande Porto Alegre acompanha o quadro nacional. Em março, o IPCA registrou variação de 0,93% no Brasil, acima da taxa de fevereiro (0,86%). Trata-se da maior marca para o terceiro mês do ano desde 2015.
O índice acumula avanço de 6,10% em 12 meses no país. Ou seja, está acima da meta perseguida pelo Banco Central (BC). O centro da meta para este ano é de 3,75%, podendo variar entre 2,25% e 5,25%.
– A última vez que o acumulado em 12 meses ultrapassou o teto da meta foi em novembro de 2016. O teto da meta em 2016 era de 6,5%, e em novembro de 2016 o acumulado em 12 meses era de 6,99% – apontou André Almeida, analista da Coordenação de Índices de Preços do IBGE.
A alta de preços deve provocar novos aumentos na taxa básica de juro – a Selic é o principal instrumento do BC para tentar conter a inflação. Em março, a instituição já havia elevado a taxa em 0,75 ponto percentual, para 2,75% ao ano.
Dos nove grupos que integram a pesquisa do IBGE, seis tiveram variação positiva na Grande Porto Alegre em março. A maior foi a de transportes: 3,51%. Esse grupo respondeu por 0,72 ponto percentual do resultado no mês.
A alta de transportes reflete o aumento dos combustíveis, que subiram 11,38%. Somente a gasolina avançou 11,54%.
Os combustíveis ficaram mais caros com a recuperação do petróleo no mercado internacional e o dólar em nível alto. Ao definir os preços nas refinarias, a Petrobras avalia esses aspectos.
– O efeito não ocorre apenas na bomba do posto, quando o consumidor abastece o carro. A alta de combustíveis tem desdobramentos em toda a cadeia econômica. É preocupante do ponto de vista das empresas que estão em situação delicada para reter custos – observa o economista-chefe da CDL Porto Alegre, Oscar Frank.
Fonte: Jornal Zero Hora