Fique bem informado – 29 abr - CDL POA

Fique bem informado – 29 abr

Fique bem informado

29

ABRIL, 2019

Notícias

Veja os destaques do economista-chefe da CDL POA, Oscar Frank:

 

  • Projeções para o PIB do Brasil em 2019 são cortadas pela nona semana consecutiva

As expectativas para o PIB do Brasil no presente ano foram cortadas pela nona semana consecutiva. Agora, os analistas esperam alta de +1,70%, levemente abaixo do consenso de mercado do dia 18/04 (+1,71%), lembrando que, em 17 de janeiro, as projeções acusavam +2,60%. Quando abertas por trimestre, no comparativo com o mesmo período de 2018, as estatísticas mais recentes apontam que o processo de aceleração da renda será gradual ao longo de 2019: +1,00% no primeiro, +1,50% no segundo, +1,91% no terceiro, e +2,30% no quarto. Para 2020, as previsões se mantiveram estáveis em +2,50%.

Na abertura pela ótica da oferta, os três grandes setores devem crescer em 2019 de forma relativamente homogênea: agropecuária (+1,89%), indústria (+2,00%) e serviços (+1,80%).

As constantes revisões para baixo dos números, aliadas à letargia da retomada no pós-crise de 2014-2016, devem resultar em dificuldades adicionais à diminuição da ociosidade existente no mercado de trabalho e do maquinário instalado nas indústrias. Conforme o IPEA, o chamado hiato do produto – diferença entre o PIB efetivo e o seu potencial, ou seja, a capacidade que o Brasil possui de gerar bens e serviços sem desequilíbrios macroeconômicos, como a inflação – encerrou 2018 em -3,2%. Segundo os cálculos do Instituto, até o final do ano que vem esse gap será cortado apenas pela metade. Dito de outra forma, a subutilização dos fatores de produção, como o capital e trabalho, continuará até, pelo menos, 2021, o que traz uma série de implicações. Por um lado, favorece a recuperação cíclica rápida a partir de uma retomada mais significativa da confiança, além de diminuir as pressões de demanda sobre a inflação. Por outro lado, impede avanço relevante dos investimentos produtivos nesse horizonte temporal.

O índice oficial de preços do Brasil, IPCA, encerrará 2019 em +4,01%, ou seja, levemente abaixo da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de +4,25%. Recentemente, o IBGE divulgou a leitura do IPCA-15 de abril, que mostrou elevação de 0,72%, a maior variação já registrada para o mês desde 2015 (+1,07%). Trata-se de um indicativo de que o dado oficial do mês, a ser conhecido na segunda semana de maio, surpreenda para cima.

No âmbito da política monetária, a Taxa SELIC, conforme o cenário atual, continuará em 6,5% ao ano até maio de 2020. É importante lembrar que a aceleração recente do nível geral de preços provoca a queda da taxa real de juros, e essa é a variável levada em consideração pelos agentes econômicos em suas decisões sobre tomada de crédito para consumo e investimentos.

Por sua vez, a taxa de câmbio deve se manter estável. Tanto o FMI quanto a OCDE contemplam em seu cenário base um crescimento menor do PIB global em 2019, e alguns países já adotaram medidas de estímulo monetário.

Já o ajuste fiscal deve continuar lento e gradual, de modo que o equilíbrio das contas públicas deve ocorrer somente em 2022. Logo, a trajetória de endividamento continuará em ascensão nos próximos anos. As reformas da Previdência e do Estado, bem como a aceleração do processo de concessões/privatizações são fundamentais para não comprometer ainda mais a solvência do Estado brasileiro.

 

  • CAGED – Saldo de geração de empregos em março é o pior para o mês no Rio Grande do Sul desde, pelo menos, 2004

O Rio Grande do Sul gerou, em termos líquidos, 2.439 vagas em março de 2019, o que representa forte desaceleração em comparação com o mesmo período de 2018 (+13.184). Essa deterioração se deveu tanto à indústria (de +9.113 para +4.285) quanto aos serviços (de +7.272 para +1.267). Tais impactos determinaram o pior resultado para o mês desde, pelo menos, 2004, período para o qual é possível consultar os dados.

Especificamente sobre o varejo, houve o fechamento de 2.151 postos, mais do que o registrado ante março de 2018 (-1.036). Entre as subcategorias que geraram a maior contribuição negativa estão: vestuário e acessórios (-562), farmacêuticos para uso humano e veterinário (-315), ferragens, madeira e materiais de construção (-213), móveis, colchoaria e artigos de iluminação (-199), livros, jornais, revistas e papelaria (-193), mercadorias em geral, com predominância de alimentos, minimercados, mercearias e armazéns (-178) e combustíveis para veículos automotores (-169). Já mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios, hiper e supermercados evitou um recuo ainda maior, ao criar 390 vagas. Para 28 das 36 subclasses do varejo investigadas pelo Ministério do Trabalho, as demissões superaram as contratações, ou seja, o movimento foi disseminado entre os diferentes ramos.

Parte do declínio apresentado pelo CAGED no mês pode ser explicado pelo “efeito-calendário”. Em 2019, o carnaval foi celebrado somente em março, ao contrário do ano passado. Apesar de ser considerado ponto facultativo, muitas empresas optam por não abrir as suas portas no período. Logo, com a diminuição do número de dias úteis no mês, a geração de emprego fica prejudicada. Entretanto, caso dividíssemos o saldo total pelos dias úteis em março de 2018 (21) e 2019 (19), de modo a controlar esse efeito, a diferença (627,8 contra 128,4 por dia útil) continua muito expressiva.

Especificamente sobre o varejo, março de 2019 veio bem inferior (-2.151) à média do mês entre 2007 e 2019, de 105 vagas. As evidências sinalizam que a atividade do setor, cuja dependência em relação ao mercado de trabalho é significativa, teve um desempenho ruim no período.

O saldo de geração de empregos do Brasil fechou o mês de março com resultado negativo: -43.2 mil, valor muito aquém do registrado no mesmo período de 2018 (+75,1 mil, já incluindo as declarações fora do prazo). Três categorias econômicas encerraram o mês no vermelho: comércio (-28,7 mil), agropecuária (-10.1 mil) e construção (-7,6 mil). Já “outros serviços” desacelerou de +72,5 mil para +7,1 mil.

O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp), cujo objetivo é de antecipar os movimentos do mercado de trabalho brasileiro, caiu 5,8 pontos na passagem de fevereiro para março, na série com ajuste sazonal, acomodando praticamente todas as altas verificadas no período pós-eleições, segundo a FGV. Esse ajuste de baixa sinaliza que a recuperação do mercado de trabalho deverá continuar muito lenta e gradual ao longo dos próximos meses.

 

Data

29 abril 2019

Compartilhe

Icone de telefone

Ligue e descubra a solução ideal para a sua empresa

(51) 3017-8000

Capitais e regiões metropolitanas
De segunda a sexta , das 9h às 18h.

CDL POA
Visão geral da privacidade

Este site usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações de cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.