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14

SETEMBRO, 2020

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Relatório FOCUS: as últimas previsões para a economia brasileira

Após o recuo da semana passada, as projeções para o PIB de 2020 voltaram a ficar menos piores. Agora, o consenso de mercado espera queda de -5,11%, e não de -5,31%. A correção, no nosso entendimento, está atrelada à surpresa com o resultado do varejo restrito em julho, pois a alta sobre o mês imediatamente anterior, na série com ajuste sazonal (+5,2%), superou, e muito, a dos especialistas sondados pela Reuters (+1,2%).

O gráfico abaixo mostra a evolução dos indicadores relativos à produção industrial, às vendas do comércio no conceito amplo e à atividade dos serviços. Cabe notar que os dois primeiros vêm se recuperando de forma mais veloz, enquanto o último registra o maior atraso. Diferentes categorias do setor terciário foram duramente impactadas pelo fechamento dos negócios. Muitas delas, pela própria natureza, são incapazes de implementar delivery ou takeaway.

É impossível, por exemplo, usufruir de hospedagem em hotéis / pousadas à distância, ao passo que outros ramos apenas ensaiam a reabertura, como os eventos que envolvem aglomerações. Dado que os serviços representam a maior participação no PIB, essas características deverão conter uma expansão mais rápida do crescimento nos períodos vindouros.

No tocante à inflação, houve aceleração do IPCA computado para 2020 (de +1,78% para +1,94%). Tal avanço decorre dos alimentos e combustíveis, devido à forte pressão no atacado. De maneira geral, vários ofertantes têm aproveitado o Real depreciado para elevar seu faturamento através da comercialização com o exterior, incluindo China, o que reduz a disponibilidade dos itens na economia doméstica. Ademais, o pagamento do auxílio emergencial significa importante fator de sustentação da demanda. Já recortes como os serviços continuam bem-comportados, o que minora a probabilidade de contaminação do índice.

A reunião do COPOM ocorrerá amanhã e quarta-feira, e a tendência é de que a Taxa SELIC permaneça em 2,00% ao ano. Além disso, o nível de estímulo promovido pelo Banco Central ao longo de 2021 será mais intenso do que o antecipado até sete dias atrás: os juros básicos antevistos para o encerramento do ano que vem caíram de 2,88% para 2,50% ao ano. Expectativas futuras ancoradas para os preços e grande ociosidade, tanto da mão de obra quanto da utilização de máquinas e equipamentos, favorecem a adoção dessa postura. Por outro lado, os riscos fiscais são ameaças ao cenário.

A taxa de câmbio vem operando ao redor de R$ 5,30. Apesar da retomada das commodities, as moedas dos países da América Latina não se beneficiaram de uma valorização expressiva frente do Dólar. De acordo com o Bradesco, o Real está 27,7% mais caro em comparação com os fundamentos. Na visão do banco, a deterioração da dívida pública como proporção do PIB é a causa essencial desse fenômeno.

 

IPCA sobe +0,24% em agosto

O indicador oficial de inflação do Brasil avançou +0,24% em agosto, configurando a maior alta para o mês desde 2016 (+0,44%). De acordo com o Relatório FOCUS, do Banco Central, a estatística do IBGE veio levemente acima do consenso de mercado (+0,21%) e das 5 instituições mais assertivas nas projeções da variável (+0,20%).

Na análise por subcategorias, dois recortes foram relevantes: transportes (+0,82%) e alimentação e bebidas (+0,78%). No primeiro caso, destaque para os combustíveis – gasolina, etanol e óleo diesel –. No segundo, a contribuição fundamental decorreu dos artigos para consumo no domicílio, incluindo tomate, leite longa vida, frutas, carnes, óleo de soja e arroz.

Alguns fatores ajudam a explicar o aumento de muitos dos produtos supracitados: (1) continuidade da recuperação das commodities, em linha com a reabertura dos negócios em escala global; (2) desvalorização cambial e retomada da China, que incentiva a exportação de bens agropecuários; (3) auxílio emergencial, instrumento efetivo de sustentação da demanda; (4) desorganização de diversas cadeias econômicas, uma vez que múltiplas empresas fecharam temporária ou definitivamente suas portas.

Por outro lado, a educação sofreu deflação (-3,47%), a partir dos descontos concedidos pelas unidades em função da suspensão das aulas presenciais. Por sua vez, vestuário (-0,78%) contempla artefatos não essenciais, como roupas e calçados, que apresentam quedas drásticas da procura em períodos de crise, dada a possibilidade de postergação da despesa sem grandes prejuízos ao bem-estar.

No acumulado em 12 meses, o IPCA alcançou +2,44%. A leitura permaneceu aquém do piso da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional em 2020, de +2,5%.

IPCA da Região Metropolitana de Porto Alegre: o IPCA da Região Metropolitana de Porto Alegre sofreu elevação de +0,33% em agosto, excedendo a média nacional (+0,24%). Foi o sétimo maior patamar entre os 16 localidades averiguadas pelo IBGE. Nos últimos 12 meses, a inflação na RM de POA somou +1,79%: 0,65 ponto percentual inferior ao Brasil (+2,44%).

INPC – Brasil: o INPC, usado, entre outros objetivos, para balizar correções salariais, encerrou agosto com +0,36% de crescimento, totalizando +2,94% na janela de 12 meses.

 

Data

14 setembro 2020

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