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09

NOVEMBRO, 2020

Notícias

Relatório FOCUS: as últimas previsões para a economia brasileira

Produto Interno Bruto: a queda computada do PIB nacional em 2020 passou de -4,81% para -4,80% ao longo dos últimos sete dias. Cremos que a despiora ocorreu em razão do resultado da produção industrial de setembro: segundo o IBGE, o volume de itens fabricados subiu 2,6% ante agosto na série com ajuste sazonal, acima do esperado pelos agentes sondados pela Reuters (+2,2%). Por sua vez, o crescimento antevisto para 2021 caiu de +3,34% para +3,31%.

Preços: o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve correções significativas nas projeções para 2020 (de +3,02% para +3,20%) e em 2021 (de +3,11% para +3,17%). Ambas as revisões vieram na esteira da estatística de outubro, cujo incremento (+0,86%) superou a variação aguardada pelo consenso de mercado (+0,79%), sobretudo em função da continuidade das pressões na alimentação no domicílio e nos transportes. Outros grupamentos, mais ligados à dinâmica da renda, como bens do setor secundário e serviços, ganharam relevância, embora permaneçam bem-comportados. 

Taxa SELIC: de acordo com a leitura no momento, o ciclo de elevação dos juros básicos começará em setembro de 2021 de modo lento e gradual. Eventuais mudanças podem acontecer antecipadamente caso (1) as expectativas para o IPCA do ano que vem se aproximem da meta de 3,75%; ou (2) mediante alteração do arcabouço de responsabilidade fiscal, dado pela regra do teto dos gastos.

Taxa de câmbio: os ativos financeiros globais reagiram favoravelmente ao processo eleitoral nos Estados Unidos. Julgamos que o movimento recente está atrelado à reversão de posições defensivas dos investidores – como os republicanos devem manter o controle do Senado, os membros do partido terão condições de barrar iniciativas danosas à economia americana oriundas do Executivo –. Entre as propostas de Joe Biden constam: (i) aumento de arrecadação; (ii) subsídios para a saúde e energia renovável; e (iii) conjunto de regulações.

O entendimento do Bradesco acerca do panorama

Atividade doméstica: existem incertezas sobre a sustentação da retomada com a perspectiva de retirada de uma parte considerável das ações governamentais postas em marcha em 2020, incluindo o adiamento no recebimento de tributos e acréscimo de despesas. No entanto, os especialistas acreditam que os seguintes elementos atenuarão a desaceleração: (i) a persistência do suporte advindo da política monetária; (ii) a poupança precaucional das famílias – captação líquida da caderneta entre 28 de fevereiro e 27 de outubro somou R$ 161,4 bilhões, ou seja, recorde desde 1994 nessa base de comparação em termos reais –; (iii) a recuperação do emprego.

Inflação: surpresas altistas decorrem das cotações das commodities, da depreciação da moeda brasileira e da redução do provimento interno de determinados artigos. O Bradesco calcula que o IPCA fechará 2021 em 3,4%.

Riscos: desequilíbrio das contas públicas ainda representa uma das ameaças fundamentais ao cenário. Ademais, a questão sanitária também permeia o radar.

Mundo: acomodação dos indicadores de outubro, após o impulso inicial. A Europa, especificamente, sofrerá um retrocesso mais forte, diante do recrudescimento da COVID-19 e dos lockdowns impostos em muitos países para conter o avanço do doença. Já a China vem surpreendendo positivamente, com bom desempenho da oferta e da demanda: além do manejo da pandemia, pacotes de estímulos ajudaram a contrabalançar os impactos da recessão.

 

IPCA sobe +0,86% em outubro

Em outubro, o indicador oficial de inflação do Brasil avançou +0,86%, configurando a maior alta para o mês desde 2002 (+1,31%). De acordo com o Relatório FOCUS, do Banco Central, a estatística do IBGE veio um pouco acima do consenso de mercado (+0,79%) e das 5 instituições mais assertivas nas suas projeções (+0,82%).

Novamente, a pressão sobre os preços para as famílias concentrou-se em dois recortes: alimentação e bebidas (+1,93%) e transportes (+1,19%). No primeiro caso, houve uma desaceleração, ainda que modesta, em comparação com o período imediatamente anterior (+2,28%) – comportamento semelhante ao exibido no atacado nas semanas recentes –. Entendemos que a entressafra de grãos, o enfraquecimento do Real ante o Dólar e a retomada da China, responsáveis por incentivar a exportação, além dos programas de transferência de renda da União e da desorganização de diversas cadeias produtivas estejam por trás desse fenômeno.

No segundo caso, a colaboração principal decorreu das passagens aéreas. Especificamente no tocante aos combustíveis, os incrementos foram mais contidos, uma vez que a cotação do barril de petróleo sofreu uma interrupção na devolução das perdas do ano a partir de setembro, diante do recrudescimento dos casos de coronavírus em muitos países, especialmente na Europa.

A participação de ambos os conjuntos supracitados explica 73,2% do movimento agregado, de modo que alguns bens industriais e serviços ganharam importância em relação aos intervalos de tempo antecedentes. Trata-se de uma reação natural dos segmentos à reabertura dos negócios.

No acumulado em 12 meses, o IPCA alcançou +3,92%: aumento de 0,78 ponto percentual. Não obstante, permanece aquém da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional em 2020, de +4,0%.

 

Data

09 novembro 2020

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