A recente flexibilização das regras do saque-aniversário do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), anunciada pelo governo federal, deve gerar um impacto econômico significativo no Rio Grande do Sul. Segundo estudo da Assessoria Econômica da CDL POA, estima-se que o estado receba um montante de R$ 782,2 milhões, com R$ 391,1 milhões sendo injetados de imediato na economia local.
A medida permite que trabalhadores celetistas que aderiram ao saque-aniversário e foram demitidos entre janeiro de 2020 e fevereiro de 2025 possam acessar a totalidade dos seus saldos no FGTS sem a necessidade de aguardar o prazo de carência de dois anos. Em todo o País, o Ministério do Trabalho e Emprego projeta um impacto de R$ 12 bilhões para 12,1 milhões de trabalhadores, sendo que metade desse valor será liberada imediatamente, respeitando um limite de R$ 3 mil por conta.
Para estimar o montante destinado ao Rio Grande do Sul, a CDL POA analisou a participação do Estado na massa salarial dos trabalhadores com carteira assinada no Brasil. Com base em dados da PNAD Contínua do IBGE, o estudo aponta que o RS representou 6,52% do total nacional em 2024. Aplicando essa proporção ao impacto nacional da medida provisória, chega-se à projeção de R$ 782,2 milhões para o RS.
“Acredito que pelo menos uma parte dos recursos será convertida em gastos que ajudarão, direta ou indiretamente, o varejo. Além disso, outra parcela do dinheiro deve ser destinada para o pagamento de dívidas em atraso, em um contexto em que a inadimplência vem subindo. O restante deve ser alocado em poupança, sobretudo nos casos em que a situação financeira do trabalhador é melhor”, avalia o economista-chefe da CDL POA, Oscar Frank.
A expectativa de que esse volume adicional circule na economia gaúcha ao longo dos próximos meses, contribuindo para a recuperação financeira de famílias e impulsionando setores estratégicos do varejo.