A Faculdade do Comércio do RS (FAC-RS) fará o primeiro vestibular, com inscrições até amanhã, para as aulas on-line. O desafio é qualificar comerciários e ocupar vagas abertas hoje e que varejistas não conseguem preencher. O diretor-geral da FAC-SP, Wilson Victorio Rodrigues, que idealizou a parceria com a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) para montar a operação, explica por que a iniciativa é essencial ao setor. No Estado, a CDL Porto Alegre lidera a FAC-RS.
Minuto Varejo – Por que criar uma faculdade do comércio?
Wilson Victorio Rodrigues – O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostrou que o comércio é o setor que mais emprega e é o menos qualificado, o que impede que caixas, operadores logísticos e estoquistas ascendam na carreira. Em nível gerencial, de supervisão e direção, não se vê comerciários ocupando estes postos. Por isso, levamos à ACSP o projeto da primeira faculdade do comércio do Brasil. É preciso agir. A consultoria Korn Ferry apontou que o Brasil terá perda de R$ 800 bilhões no PIB até 2030 devido à baixa produtividade da mão de obra.
MV – O que a FAC tem de diferente frente a outras escolas?
Rodrigues – O ecossistema empreendedor, formado pela rede de associações e CDLs, é o nosso grande ativo. O aluno entra e naturalmente se pluga nesta rede com mais de 2 milhões de CNPJs no País. Estas entidades conhecem as demandas dos lojistas. A formação tem conteúdo ligado à vida prática e corporativa e todos os professores têm experiência prática.
MV – Como os comerciários podem participar?
Rodirgues – Pode ser por adesão individual, por meio do vestibular digital, e as empresas associadas ou não à rede podem bancar bolsas a seus funcionários. As mensalidades vão de R$ 140,00 (cursos de graduação) a R$ 270,00 (pós-graduação).
MV – Qual é o impacto para quem faz os cursos?
Rodrigues – A FAC foi classificada pelo guia de cursos do Estadão como a quinta melhor entre as privadas do País. O principal fator é a empregabilidade. Temos um portal com anúncios de vagas, e 98% dos formados saem empregados (estavam desempregados, mantiveram a vaga ou melhoraram na carreira).
Fonte: Jornal do Comércio | Coluna Minuto Varejo – Patrícia Comunello