Expectativa de redução da taxa Selic anima retomada do crescimento econômico

Expectativa de redução da taxa Selic anima retomada do crescimento econômico

 

 

24

OUTUBRO, 2017

Notícias

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BCB) deve anunciar esta semana um novo corte na taxa Selic, porém em menor escala do que o último. A expectativa do mercado é que a Selic caia de 8,25% para 7,5%, o que será o menor valor para a taxa desde maio de 2013, caso a expectativa se confirme. Além desta reunião, o Copom ainda terá apenas mais uma este ano, em dezembro. O mercado espera que na última reunião do ano o comitê desacelere a queda da Selic ainda mais, com a taxa terminando 2017 em 7%.

A postura do Banco Central tem sido de seguir a expectativa de mercado, de maneira a não gerar incertezas que poderiam afetar a eficácia da política monetária. Com isso, ganha-se credibilidade na atuação do Copom e do BCB, o que melhora a confiança do mercado na economia do país e permite que as próximas ações de política monetária sejam assimiladas muito mais rapidamente pelos agentes tornando-as menos custosas ao governo. Isto é, quando houver uma pressão inflacionária, um Banco Central que não possui credibilidade precisará elevar a taxa de juros a um patamar mais elevado do que uma equipe que conte com a confiança do mercado. E como a taxa de juros é o custo do dinheiro, gerir a política monetária com credibilidade pode facilitar a situação fiscal do país no longo prazo.

As decisões acerca da taxa Selic são essenciais para o planejamento da economia brasileira em um momento sensível como após a recessão, pois a política monetária tem um efeito rápido na expectativa de mercado. Com a inflação em um patamar controlado, o Copom deve encerrar o ciclo de queda na Selic neste ano ou no início do próximo, pois o mercado espera que a inflação volte para dentro da meta ainda em 2017 e que a Selic não fique abaixo de 6,75%. O nível atual da taxa básica de juros no Brasil, que é historicamente baixo, poderá contribuir com a retomada do crescimento econômico, pois facilita o crédito e incentiva o investimento. O país já exibe claros sinais da recuperação econômica, que serão ainda mais estimulados com essa queda esperada dos juros.

 

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*VICTOR SANT’ANA É ECONOMISTA DA CDL PORTO ALEGRE E POSSUI GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS ECONÔMICAS E MESTRADO EM ECONOMIA APLICADA PELA UFRGS.

Data

24 outubro 2017

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