Escassez na economia e o preço do tomate
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JANEIRO, 2017
Economia
No sistema capitalista, os preços da maioria dos produtos variam conforme sua demanda e sua oferta. Quanto mais indivíduos desejarem comprar um bem, mais caro ele fica; e quanto maior for a oferta desse produto, mais barato ele se torna. Esse fato, conhecido por lei da oferta e da demanda, nos faz entender que a formação dos preços tem base na escassez dos produtos.
Um quadro Van Gogh, por exemplo, vale alguns milhões de dólares. Esse valor não fica nem perto do custo de produção do mesmo, já que o que torna o quadro caro é o fato dele ser escasso e não os produtos que foram utilizados em sua confecção. Nesse caso, existe um número limitado de quadros do Van Gogh no mundo e muitas pessoas com desejo de obtê-lo, o que gera o preço exorbitante desse bem.
Em Julho de 2012, o preço do Tomate no Brasil aumentou em 50% no mês em decorrência da escassez deste produto. Nesse exemplo, o que aconteceu foi uma quebra de safra na produção, o que reduziu sua oferta. Esse fato foi muito discutido no país, com o assunto sendo bastante abordado em redes sociais e geralmente sem o entendimento econômico da situação. Com a redução na produção, quem dispunha de tomate para vender o fazia por um preço maior, por entender a sua exclusividade. Ou seja, o produto se tornou mais escasso naquele momento e seu preço subiu.
O tomate não se trata de um produto de luxo ou um bem de difícil acesso, como no exemplo do quadro de Van Gogh. Escassez, em termos econômicos, não significa atribuir a um bem a dificuldade de encontra-lo ou produzi-lo, mas sim um movimento de oferta ou demanda. Por isso, para entendermos como o preço de um bem é formado, precisamos entender o que torna aquele produto escasso.
Acesse as colunas do Economista Victor Sant’Ana.
*VICTOR SANT’ANA É ECONOMISTA DA CDL PORTO ALEGRE E POSSUI GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS ECONÔMICAS E MESTRADO EM ECONOMIA APLICADA PELA UFRGS.
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