Com foco nas pautas prioritárias de diferentes setores da economia e em buscar temas de convergência para fomentar o desenvolvimento do Rio Grande do Sul, o Grupo RBS promoveu, nesta quarta-feira (7), ouvidoria com representantes de entidades da indústria e do comércio do Estado. A conversa integra um conjunto de ações de escuta da sociedade civil lideradas pelo Conselho Editorial da RBS como parte do movimento Pra Cima, Rio Grande, um ano após a catástrofe de maio de 2024.
Entre temas relevantes trazidos pelos líderes desses setores, estão a preocupação com a falta de mão de obra especializada, a necessidade criar o Fundo Constitucional do Sul, a valorização do consumo de produtos locais e a importância da construção de um robusto centro de eventos em Porto Alegre (leia sobre as oito principais pautas abaixo).
O presidente do Conselho de Gestão e publisher do Grupo RBS, Nelson Sirotsky, reforçou a importância da conexão da empresa com as lideranças do Estado:
— A RBS é uma empresa gaúcha, o nosso mercado é o Rio Grande do Sul e estamos iniciando um ciclo de crescimento a partir do Estado. O êxito do Estado para a RBS é tão vital quanto para todos neste encontro, isso nos une. Somos aliados, temos inúmeros pontos de convergência, e faremos o possível para tornar essas demandas realidade.
CEO do Grupo RBS, Claudio Toigo Filho reforçou que o diálogo permanente gera esse espírito de convergência em torno dos temas importantes para a sociedade gaúcha:
— Temos que contribuir para que o Rio Grande volte a ser um protagonista, para deixarmos um legado para as próximas gerações.
Além de Sirotsky e de Toigo, participaram da conversa integrantes da diretoria-executiva da RBS, comunicadores e líderes das redações. Veja quem foram os representantes da indústria e do comércio no encontro:
- Claudio Bier – presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) e do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas do Rio Grande do Sul (Simers)
- Luiz Carlos Bohn – presidente da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS)
- Antônio Cesa Longo – presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas)
- Irio Piva – presidente da Câmara de Dirigente Lojistas de Porto Alegre (CDL POA)
- Arcione Piva – presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre (Sindilojas)
- Ubiratã Rezler – presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico (Simecs)
- Newton Mario Battastini – presidente do Sindicato das Indústrias Químicas no Estado do Rio Grande do Sul (Sindiquim)
- Claudio Teitelbaum – presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil no Estado do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS)
- Gilberto Porcello Petry – presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico e Eletrônico do RS (Sinmetal)
- Edilson Deitos – vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Material Plástico no Estado do RS (Sinplast-RS)
- Haroldo Ferreira – presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados)
- Régis Sell Haubertt – diretor para o RS da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee)
As prioridades apontadas pelos líderes da indústria e do comércio do RS
Fundo Constitucional do Sul
A criação de um fundo constitucional específico para financiar o desenvolvimento dos Estados do sul do país é considerada fundamental para posicionar a região de forma competitiva em relação a outras que já têm seus fundos, como o Nordeste. Permitiria empréstimos com juros baixos para que empresas investissem na região, o que impulsionaria a economia local e reduziria eventuais disparidades regionais. O fundo poderia potencializar setores econômicos consolidados, como veículos, ou novas vocações econômicas no Rio Grande do Sul, como energias renováveis.
Falta de mão de obra e impacto de benefícios sociais
Há uma grande preocupação em diferentes setores com a escassez de mão de obra qualificada no Estado. Os representantes afirmam que programas sociais como o Bolsa Família, considerado necessário, mas sem limite de duração, podem estar contribuindo para a queda na busca por emprego. Eles sugeriram a implementação de políticas que incentivem a formação e a retenção de talentos, além de programas de requalificação profissional para atender às demandas do mercado de trabalho e à ampliação da atratividade de emprego para os jovens.
Formação profissional e recuperação da educação básica
Os representantes defenderam o reforço das iniciativas existentes e a criação de novas parcerias entre o setor público e o privado para melhorar a qualidade do ensino e oferecer oportunidades de formação técnica e profissional. Entre as propostas citadas estão iniciativas do Sesi, Senai e Sesc e parcerias público-privadas.
Bancada federal no Congresso
Os líderes enfatizaram a necessidade de uma articulação e uma atuação mais efetivas e alinhadas com as demandas do Estado pelos deputados federais e senadores gaúchos. Uma maior convergência em torno dos temas relevantes para o RS será fundamental para garantir recursos e apoio para projetos importantes.
Centro de convenções em Porto Alegre
A criação de um novo e amplo centro de convenções em Porto Alegre, gerido pela iniciativa privada, foi sugerida como uma forma de atrair eventos e fomentar o turismo de negócios na região. Seria um local para receber grandes conferências, feiras e eventos corporativos, contribuindo para a dinamização da economia local e a geração de empregos.
Inovação e expansão de centros de tecnologia
O Estado é considerado de ponta em relação à inovação. Incentivo a startups, desenvolvimento de novos institutos de ciência e tecnologia, inclusive no Interior, e parques tecnológicos devem ter ainda mais visibilidade, como motor para a atração de empresas. Um ambiente favorável, com infraestrutura adequada e programas de apoio ao empreendedorismo, é considerado fundamental para o crescimento econômico.
Infraestrutura, logística e contenção de cheias
Investimentos em rodovias, ferrovias, portos e aeroportos são essenciais para melhorar a conectividade e a eficiência do transporte de mercadorias, tornando o Estado mais competitivo. A implementação de projetos de contenção de cheias é crucial para proteger áreas urbanas e rurais de inundações.
Valorização e consumo dos produtos gaúchos
Valorizar e incentivar o consumo dos produtos gaúchos é considerado importante para fortalecer a economia local e reforçar a sensação de pertencimento e a identidade cultural do Estado. Campanhas de marketing e programas de certificação de qualidade foram sugeridos como formas de aumentar a visibilidade e a competitividade dos produtos regionais, tanto no mercado interno quanto no externo.
Fonte. GZH