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Destaques Econômicos CDL POA

Relatório FOCUS: as últimas previsões para a economia brasileira

Projeções para o Brasil*
(Unidades: descritas na tabela)

Fonte: Banco Central do Brasil / Relatório FOCUS (25/04/2025). *Mediana. Elaboração: AE/CDL POA..

No âmbito internacional, o Presidente dos Estados Unidos acenou com a possibilidade de um acordo comercial com a China. Donald Trump disse que as sobretaxas impostas ao país asiático (que somam 145%) podem ser reduzidas, embora não totalmente eliminadas. Entretanto, Pequim comunicou que não existe nenhuma negociação em andamento.

A semana também ficou marcada por declarações de integrantes do FOMC (órgão responsável pela política monetária americana). Dois diretores (Christopher Waller e Beth Hammack) aventaram a hipótese de queda do balizador do custo do crédito em junho (daqui a duas reuniões, portanto) se os dados assim corroborarem, sobretudo se houver um desaquecimento do mercado de trabalho. Essa visão apresenta certa contradição em comparação com a do mandatário (Jerome Powell), que afirmou que os juros encontram-se bem posicionados para aguardar maior clareza quanto aos desdobramentos do cenário.

Já o destaque da agenda de indicadores no Brasil envolveu a prévia da inflação oficial (IPCA-15) de abril. A estatística desacelerou de +0,64% para +0,43%, basicamente dentro do esperado. Ainda no tocante ao panorama doméstico, tivemos manifestações dos membros do COPOM. Diogo Guillen reconheceu que as expectativas relativas aos preços estão deterioradas (afastadas da meta de 3,0%), porém defendeu que, diante da conjuntura vigente, caracterizada por ampla incerteza, a política monetária deve ser flexível. Por sua vez, Paulo Pichetti avaliou que o juro básico está em patamar bastante restritivo, contribuindo para frear o nível de atividade e, consequentemente, a inflação.

Julgamos que o conteúdo de ambos os pronunciamentos aumenta a probabilidade de que a Taxa SELIC terminal (aquela que encerrará o atual ciclo de elevação) não alcance 15,00% ao ano, segundo o consenso no momento, mas seja um pouco menor (14,50% ou 14,75% ao ano). Vale lembrar que o choque protecionista global é deflacionário para o Brasil.

Avaliação do IPCA-15 de abril de 2025

Observações:

→ A prévia da inflação oficial (IPCA-15) de abril subiu +0,43%;

•  Número veio em linha com o consenso entre os especialistas sondados pela Reuters;

→ No acumulado dos últimos 12 meses, o indicador galgou de +5,26% para +5,49% (a tolerância estabelecida pelo Regime de Metas é de +4,50%);

•  Trata-se da máxima desde fevereiro de 2023;

Discriminação das informações:

IPCA-15 – Variação e influência por categorias – Brasil
(Em var. % e pontos percentuais)

Fonte: IBGE. Elaboração: AE/CDL POA.

A desaceleração no confronto com a leitura precedente ocorreu em boa medida graças aos Transportes (de +0,92% para -0,44%). As passagens aéreas, depois da elevação de 7,02%, tombaram 14,4%, enquanto os combustíveis apresentaram alguma queda (-0,38%). No caso do diesel (-0,64%), o recuo pode ser atribuído ao anúncio da Petrobras, que reduziu o preço praticado junto às refinarias em 4,6% desde o dia 1º: o segundo barateamento, em vigor desde o dia 18, não foi capturado no presente levantamento que considerou as estatísticas coletadas entre os dias 18 do mês anterior e 14 do período de referência. Já o decréscimo da gasolina (-0,29%) diz respeito à acomodação natural após a majoração da alíquota de ICMS desde 1º de fevereiro.

Em contrapartida, cabe lembrar que, em abril, tivemos o começo da validade do reajuste do ICMS incidente nos artigos importados em 10 estados, de 17% para 20%. Ademais, o grupo de “Alimentação e Bebidas” passou de +1,09% para +1,14%. É bem verdade que os prognósticos reforçam que a safra de grãos 2024/2025 atingirá patamar recorde (330 milhões de toneladas, de acordo com a CONAB). No entanto, o efeito do aumento da oferta sobre o IPCA é limitado em função da procura ainda aquecida e da sustentação de uma rentabilidade atrativa para a exportação.

Além da deterioração do índice cheio no tocante à variação anual, o quadro também preocupa quando analisamos os recortes cuja aderência aos ciclos da produção é maior por conta da exclusão de componentes tipicamente voláteis.

→ Média dos 5 núcleos acompanhados pelo BC: de +4,72% para +5,00%;

→ Serviços subjacentes: de +6,24% para +6,42%;

→ Manufaturados: de 3,38% para 3,92%;

No que tange às perspectivas, entendemos que o atual choque protecionista global é deflacionário para o Brasil. Em primeiro lugar, o dólar caiu cerca de 8,4% desde o início do ano em relação a uma ampla cesta de moedas devido à perda de credibilidade decorrente das políticas adotadas por Donald Trump nos EUA. Por sua vez, a cotação das commodities diminuiu de uma maneira geral, diante da expectativa de arrefecimento do crescimento econômico mundial em 2025. Outro canal de transmissão envolve a tendência de intensificação da concorrência em virtude da entrada de bens chineses.

Data

30 abril 2025

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