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Destaques Econômicos CDL POA

Relatório FOCUS: as últimas previsões para a economia brasileira

Previsões para o Brasil*
(Unidades: descritas na tabela)
Fonte: Banco Central do Brasil / Relatório FOCUS (26/08/2022). *Mediana. | Elaboração: AE/CDL POA.

PIB: a projeção de crescimento do produto nacional passou de +2,02% para +2,10% ao longo dos últimos sete dias. Trata-se do nono incremento consecutivo. Vale salientar que boa parte da mudança ocorreu após a divulgação do Índice de Confiança dos Consumidores (ICC), calculado pela FGV, para agosto. De acordo com o levantamento, houve majoração de 4,1 pontos em relação ao intervalo imediatamente anterior – maior variação registrada desde junho de 2021 –, depois do ajuste sazonal. Consequentemente, o sentimento atingiu o pico desde o início do distanciamento social, em fevereiro de 2020.

A abertura das estatísticas pela ótica da oferta evidencia que o grande destaque segue sendo o setor terciário, de modo que o avanço esperado para 2022 subiu de +2,49% para +2,58%. Além do quadro positivo para a Tecnologia da Informação, em virtude das transformações digitais que a pandemia gerou, os transportes continuam beneficiados não só pela safra de grãos, como pela intensificação do e-commerce. Também permanece o movimento de retomada das categorias de alojamento e alimentação. 

IPCA e Taxa SELIC: o número antevisto para o IPCA 2022 caiu pela 9ª oportunidade ininterrupta (de +6,82% para +6,70%). É interessante notar que o prognóstico retraiu apesar da leitura prévia de agosto, cujo resultado (-0,73%) ficou acima do consenso dos especialistas sondados pela Bloomberg (-0,83%). A causa diz respeito à revisão para o dado cheio do presente mês (de -0,26% para -0,31%) e de setembro (+0,39% para +0,33%), puxada pelo comportamento da “alimentação no domicílio”. Nesse sentido, a expectativa é de que a pressão existente no leite, nas mercadorias in natura e de carnes tenha arrefecido. Já a estimativa para 2023 diminuiu pela segunda vez sucessiva (de +5,33% para +5,30%), refletindo, possivelmente, o menor efeito da indexação de preços e salários carregada de 2021.

Em função do retrato supracitado, acreditamos que a perspectiva de manutenção da Taxa SELIC em 13,75% ao ano ganha força adicional, mesmo com a declaração do Presidente do BC, Roberto Campos Neto, de que não se pode “baixar a guarda” com a inflação. Conforme o modelo que permite extrair a probabilidade das apostas dos investidores da B3 para a reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM) de setembro, a chance de concretização do cenário é de 75%: 6 pontos percentuais a mais do que em comparação com 15 dias atrás.

Confiança do consumidor brasileiro atinge recorde no pós-pandemia

A sondagem de agosto mostrou avanço em comparação com julho de 4,1 pontos (de 79,5 para 83,6) nas estatísticas ajustadas pela sazonalidade. Por um lado, o componente da situação atual apresentou pequena melhora (de 70,3 para 71,7 pontos). Por outro, as expectativas (86,6 para 92,6 pontos) exerceram a principal contribuição para o resultado no agregado.

Índice de Confiança do Consumidor (ICC) em agosto/22 – Brasil*
(Em pontos*)

Fonte: FGV/IBRE. *Com correção sazonal. *A referência (100) corresponde à média entre junho de 2010 e junho de 2015. | Elaboração: AE/CDL POA.

→ Índice cheio e sentimento futuro: registraram os maiores patamares desde fevereiro de 2020 – previamente à imposição das restrições à mobilidade da população;

→ Leitura sobre o momento presente: pico desde novembro de 2020.

COMENTÁRIOS ADICIONAIS:

De acordo com a abertura dos dados por faixa de rendimentos, todas as 4 exibiram alta, com proeminência dos mais abonados – entre R$ 4.800 e R$ 9.600 mensais e para os que ganham acima disso. Ambas tiveram crescimento de 4,0 pontos.

Entendemos que o movimento pode ser explicado, primeiramente, pela deflação nos preços às famílias verificada ao longo das últimas semanas, causada pela redução da tributação incidente em determinados bens e serviços essenciais. Em segundo lugar, agosto marcou o início do fortalecimento das transferências sociais via Auxílio Brasil.

Também é necessário ressaltar a continuidade da retomada da ocupação: a taxa de desemprego no trimestre móvel entre abril e junho alcançou 9,3%, ou seja, queda 0,5 ponto percentual contra o intervalo imediatamente anterior. Embora estejamos gerando uma renda oriunda do trabalho inferior em relação ao surgimento da COVID-19, o montante permaneceu subindo recentemente.

Por sua vez, a incerteza decorrente com o processo eleitoral representa naturalmente um entrave. No entanto, nossa preocupação envolve a tendência de uma dinâmica desfavorável para 2023, em função do fim dos impactos benignos das ações do governo federal, da possibilidade de uma recessão no âmbito global e a exacerbação dos riscos fiscais com a elevação de gastos públicos executados fora do regime do Teto.

Data

30 agosto 2022

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