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Destaques Econômicos CDL POA

Relatório FOCUS: as últimas previsões para a economia brasileira

Previsões para o Brasil*
(Unidades: descritas na tabela)
Fonte: Banco Central do Brasil / Relatório FOCUS (16/09/2022). *Mediana. | Elaboração: AE/CDL POA.

PIB: o prognóstico para 2022 subiu pela décima segunda semana consecutiva (de +2,39% para +2,65%). Entendemos que parte do incremento pode ser atribuído ao termômetro do nível de atividade elaborado pela autoridade monetária (IBC) em julho: houve acréscimo de +1,17% contra junho, após o ajuste sazonal, de modo que o consenso dos especialistas sondados pela Refinitiv apontava para uma expansão de +0,30%.

IPCA: a variação do índice oficial de preços para 2022 apresentou queda pela 12ª oportunidade sucessiva, ao cair de +6,40% para +6,00%. A retração foi determinada pelo movimento nas projeções de setembro (de +0,17% para -0,11%) e outubro (de +0,50% para +0,41%). Na nossa visão, observaremos cortes adicionais nos combustíveis ao longo dos próximos dias – tanto na gasolina quanto no diesel – porque o valor aplicado no âmbito doméstico é superior ao verificado no mercado internacional, conforme a ABICOM. Da mesma forma, a cobrança de uma multa às distribuidoras de energia elétrica que não tenham implementado a mudança na base de cálculo de ICMS deve contribuir em -0,29 ponto percentual para a leitura no presente mês, de acordo com o BTG Pactual.

Taxa SELIC: uma questão relevante a respeito dos cenários para a decisão do COPOM a ser anunciada na quarta-feira é o efeito que a estatística surpreendentemente elevada da inflação ao consumidor nos Estados Unidos (CPI) de agosto exerceu sobre as apostas dos investidores. Nesse sentido, as negociações do contrato específico na B3 no dia 12, ou seja, antes da divulgação do levantamento, acusavam 73,5% de probabilidade de manutenção nos atuais 13,75% ao ano e 25,5% para uma majoração de 0,25 ponto percentual. Agora, diante do possível aperto mais consistente na política americana de juros, os percentuais na última sexta-feira alcançaram 60,5% e 40,3%, respectivamente.

Taxa de câmbio: a perspectiva de aumento da remuneração dos títulos da dívida dos EUA suscitou perdas para o Real em comparação com o Dólar recentemente, com a cotação saindo da casa dos R$ 5,10 para em torno de R$ 5,30. Apesar disso, as estimativas para o fim de 2022 e 2023 (R$ 5,20) permaneceram inalteradas.

Análise da inflação nos Estados Unidos em agosto

Principais Resultados:

→ O dado relativo ao índice de preços ao consumidor dos Estados Unidos (CPI) surpreendeu negativamente em agosto;
          • Enquanto a estatística oficial acusou alta de +0,1% contra julho, o consenso das instituições sondadas pela Refinitiv aguardava deflação (-0,1%);

          • Por sua vez, a medida do núcleo – que exclui alimentos e energia – subiu +0,6%, superando a mediana das projeções dos mesmos especialistas (+0,3%);

Quais as implicações?

→ A movimentação financeira dos investidores no tocante aos contratos futuros de juros após a divulgação reforçou o cenário de aumento de 0,75 ponto percentual no próximo encontro do Federal Reserve (Banco Central dos EUA), no dia 21;
          • Além disso, embora não seja a visão hegemônica, não está descartada agora um incremento de 1,00 ponto percentual, conforme o gráfico abaixo;

Apostas dos agentes de mercado para a reunião do Federal Reserve em setembro
(Em %)

Fonte: CME FedWatch Tool. | Elaboração: AE/CDL POA.

→ As deliberações do FED também atuam como um balizador de suma importância para as decisões das autoridades monetárias ao redor do mundo;
          • Apesar do termômetro desfavorável, nossa crença é de que o COPOM dará fim ao ciclo de majoração da Taxa SELIC no Brasil na semana que vem, com a sustentação do referencial em 13,75%;

Avaliação do desempenho do comércio e dos serviços em julho

1) Varejo:

Variável analisada: faturamento corrigido pelo IPCA. Fonte: IBGE / PMC.

Jul-22 / Jun-22, após o ajuste sazonal:

Brasil:

→ Conceito restrito: -0,8% – expectativa era de +0,1%, conforme o consenso dos especialistas sondados pelo Valor Data;

→ Conceito ampliado: -0,7%;
          • Por um lado, combustíveis e lubrificantes registraram forte alta (+12,2%), o que se deve, provavelmente, à redução da tributação sobre itens como gasolina, etanol e diesel;

          • Por outro, a diminuição abrupta de “tecidos, vestuário e calçados” (-17,1%), aprofundando o recuo da leitura imediatamente anterior (-5,7%), chama a atenção;
                ♦ Não existe fundamentação econômica que justifique dois decréscimos tão expressivos na nossa visão;

Rio Grande do Sul:

→ Conceito restrito: -2,2%;
          • Um dos motivos que ajuda a explicar a segunda retração consecutiva (-2,6% em junho) é a base muito elevada de comparação, pois, de acordo com os dados oficiais, houve incremento de +16,1% entre janeiro e maio;
                ♦ Também julgamos que os números no referido intervalo não refletem a verdadeira dinâmica do ramo;

→ Conceito ampliado: -0,1%;

→ No acumulado do ano, dois recortes se sobressaíram negativamente: (1) “materiais de construção”, com uma acomodação depois do boom de demanda provocado pelo distanciamento social; e (2) “veículos e motocicletas”, causado, em parte, pelos problemas na cadeia logística internacional.

 Volume de vendas do varejo* – Brasil e Rio Grande do Sul
(Variação % em comparação com o mesmo período de 2021)

Fonte: IBGE. *Faturamento deflacionado. | Elaboração: AE/CDL POA.

2) Serviços:

Variável analisada: receita deflacionada pelo IPCA. Fonte: IBGE / PMS.

Jul-22 / Jun-22, após o ajuste sazonal:

Brasil: +1,1% (previsão das instituições entrevistadas pelo Valor era de +0,7%);

Rio Grande do Sul: +1,0% (quinto avanço nos últimos seis meses);

→ Patamar +10,4% superior ao verificado antes da COVID-19, em fevereiro de 2020.

→ Nos confrontos anuais, a recuperação das atividades prestadas às famílias é destaque no RS, incluindo restaurantes e alojamento;

Comentários:

→ É importante notar que julho marcou o início da janela de declínio dos índices de preços, o que naturalmente abre espaço dentro dos respectivos orçamentos familiares para gastos;
          • No entanto, os serviços ainda apresentaram encarecimento considerável, o que certamente impediu taxas maiores;

→ As estatísticas não capturaram o impacto da potencialização das transferências via Auxílio Brasil e para determinados grupos, como caminhoneiros e taxistas, uma vez que os desembolsos começaram somente em agosto;

→ O setor terciário segue liderando a retomada, beneficiado pelos ganhos de mobilidade da população a partir da melhora do quadro sanitário e pelas transformações digitais introduzidas pela pandemia;
          • Um dos grandes vetores do movimento é a ocupação;

 

 

 
 

Data

19 setembro 2022

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