Relatório FOCUS: as últimas previsões para a economia brasileira
Previsões para o Brasil*
(Unidades: descritas na tabela)Fonte: Banco Central do Brasil / Relatório FOCUS (07/10/2022) *Mediana. | Elaboração: AE/CDL POA.
PIB: o prognóstico para 2022 permaneceu em +2,70%. Nesse sentido, os novos dados setoriais de curto prazo não alteraram a dinâmica das projeções. Por um lado, o encolhimento das vendas do comércio varejista restrito em agosto (-0,1% contra julho, na série corrigida sazonalmente) não foi tão intenso quanto o aguardado pelos analistas sondados pelo Valor Data (-0,5%). Por outro, houve moderação no ritmo de crescimento do segmento privado (indústria e serviços), conforme as estatísticas do Índice de Gerentes de Compras (PMI) de setembro. Já para 2023, a estimativa para o PIB subiu marginalmente: de +0,53% para +0,54%.
IPCA: nossa hipótese é de que o recuo do IPCA antevisto para 2022 (de +5,74% para +5,71%) ocorreu a reboque do IGP-DI de setembro, a partir do resultado (-1,22%) inferior ao esperado pelo consenso obtido pelo Valor Data (-0,84%). O responsável pela queda no agregado foi o atacado (-1,68%). Logo, o abrandamento dos custos no início da cadeia tende a ser repassado, ao menos em parte, para a ponta final.
O grande destaque da última semana envolveu a decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP+) em cortar a produção diária em 2 milhões de barris por dia. Entendemos que a deliberação é uma resposta ao barateamento da commodity, determinado pelo desaquecimento da atividade global e pelo aumento dos juros em larga escala para mitigar a inflação.
Consequentemente, a gasolina (-10%) e o diesel (-13%) voltaram a apresentar defasagem em relação ao exterior. No entanto, a proximidade do segundo turno das eleições provavelmente fará com que o governo federal não promova reajustes, temendo desgaste político.
Taxa SELIC: o presidente da autoridade monetária, em manifestações recentes, citou que as transformações no âmbito da oferta – como a transição para fontes de energia verde e as mudanças no mercado de trabalho, cuja mão de obra entrante diminui sistematicamente, gerando pressões salariais – tornam a perda de poder de compra das moedas mais persistente.
Taxa de câmbio: o fortalecimento do Dólar na esfera internacional é puxado por alguns motivos. O primeiro deles é de que o BC americano liderou o processo de encarecimento do crédito no mundo desenvolvido, o que naturalmente atrai capitais para seus domínios. Além disso, as perspectivas para os EUA são melhores do que em comparação com seus pares, como a Zona do Euro, que sente de maneira superior os efeitos da guerra entre Rússia e Ucrânia.
Indicador de Inadimplência da CDL Porto Alegre em setembro de 2022
Principais resultados:
→ De acordo com a base de informações restritivas da Boa Vista Serviços S.A. – a maior disponível para o Rio Grande do Sul –, as pessoas físicas com algum tipo de limitação em crédito, cheque ou protesto somaram 29,5% no RS e 31,8% em Porto Alegre em setembro de 2022;
• Ambos os valores atingiram seus recordes desde fevereiro;
• Os percentuais superaram novamente a média nacional (29,1%);
Indicador de Inadimplência da CDL Porto Alegre
(Em %)
Fonte: Boa Vista SCPC / CDL Porto Alegre. | Elaboração: AE/CDL POA.
→ Estimativas próprias sinalizam que a população adulta (acima de 18 anos) negativada alcança 2,642 milhões no RS, e 370,8 mil em POA;
• Entre agosto para setembro, 17,9 mil gaúchos passaram a integrar o grupo, sendo 2,3 mil porto-alegrenses;